O comércio brasileiro faturou 9,6% a menos na Páscoa deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo informações da Serasa Experian.
Os dados, que foram coletados entre os dias 21 e 27 de março, representam o pior desempenho da série, iniciada em 2007. De acordo com o Indicador de Atividade do Comércio, se for considerado apenas o final de semana da Páscoa (25 a 27 de março), a queda alcançou 9,9% em relação aos mesmos dias de 2015.
O aprofundamento da recessão econômica, o desemprego em trajetória de elevação e a queda do poder de compra dos consumidores devido à inflação, são algumas das justificativas apresentadas por economistas da Serasa para este desempenho.
No Estado, estimativas feitas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) já apontavam para um recuo entre 10% e 15%. “As pessoas estão guardando seu dinheiro para itens de primeira necessidade. Então é provável que haja uma queda nas vendas maior do que em anos anteriores”, disse José Lino Sepulcri, presidente da Federação.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Espírito Santo e vice-presidente da Fecomércio-ES, Waldês Calvi, a venda geral não consegue repor a inflação, causando um déficit nas vendas entre 6% e 8%. Outro fator que influencia de maneira negativa é a nova fórmula para tributação de produtos de chocolate, que já está contribuindo para o aumento do valor do produto em terras capixabas.
“O aumento dos custos da matéria-prima e dos custos operacionais prejudica em muito a precificação e, por conseguinte, as vendas. Não bastassem todos estes problemas, ainda temos de lidar com a sazonalidade da data, que este ano cai no final do mês, que é um período no qual as pessoas estão, naturalmente, descapitalizadas”, afirma Waldês.
Foto: José Cruz