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sábado, 4 maio, 2024

Conferência traz perspectivas do óleo e gás no Estado

Primeiro painel da PetroShow analisou o cenário atual do setor e mostrou otimismo para os próximos anos

Por Gustavo Costa

Com questões ​​econômicas, regulamentações e o aparecimento de novas tecnologias, o cenário energético está em constante mudança e necessidade de adaptação. São fatores que tem significativo na oferta e na demanda, no comércio e no investimentos de toda a cadeia de óleo e do gás natural (O&G).

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Para falar do panorama do tema em uma visão local, aconteceu, durante a PetroShow, a conferência “Perspectivas do O&G no Espírito Santo”. O encontro contou com as presenças do diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira; a economista chefe do Sistema Findes, Marília Silva; a superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Marina Abelha; a diretora da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloísa Borges; e do presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Márcio Félix. 

Heloísa Borges falou sobre a importância de estudos estatísticos energéticos para subsidiar a formulação, a implementação e a variação da política energética nacional. “A gente olha a energia de uma forma integrada. O contexto mundial indica uma transição econômica de baixo carbono, que não é só transição energética. Temos um contexto de atenção às mudanças climáticas e políticas ambientais voltadas ao combate às mudanças climáticas, o surgimento de novas fontes de energia, grandes incertezas nos preços de petróleo, combinadas ameaças geopolíticas e uma visão tanto do contexto do planejamento reservo. Mas das principais agências internacionais que a gente tende a continuar tendo conflitos geopolíticos nos próximos 30, 40, 50 anos, não apenas relacionados à energia ou ao petróleo, mas ao uso de recursos em geral”, destacou.

Análise do petróleo

De acordo com Borges, a perspectiva é de crescimento econômico e ocupacional do Brasil, que por sua vez exigirá uma expansão da infraestrutura do setor energético. “A nossa estimativa é que a população brasileira cresça bastante, ainda nessa década, e que a gente tenha principalmente um movimento de redução do déficit habitacional. Esperamos que isso se reduza com o crescimento econômico e isso vai impulsionar o consumo de energia. Esse ponto é super importante, e típico de estados e regiões que buscam impulsionar o seu desenvolvimento local e temos que estar atentos para prover uma infraestrutura que consiga dar conta desse aumento energético”, disse.

É possível aumentar rapidamente a produção no Estado. Segundo Borges, a cada 1% de aumento no fator de recuperação (percentual produzido sobre o total existente no reservatório) dos campos existentes em terras capixabas, o Estado aumenta 15 milhões de barris de petróleo onshore, e a cada 1% de fator de recuperação no offshore significa 156 milhões de barris de petróleo produzidos no Estado. 

Descarbonização

A questão da descarbonização, cada vez mais em pauta no Estado e no país, também foi abordado por Heloísa Borges, que lembrou que o processo de descarbonização das economias é um processo global, mas com impactos locais. “E o ponto de partida do Brasil é muito peculiar, já que o nosso perfil de emissão é completamente distinto do perfil global. Vemos o debate de descarbonização muito associado à transição energética, já que 76% das emissões no mundo vem da energia. Mas no Brasil, é só 31%. Os maiores emissores no Brasil são o transporte, a seguido da indústria. E as estratégias de descarbonização estão sendo desenhadas para focar especialmente nesses dois setores”, enfatizou.

Retomada dos investimentos

Pablo Lira foi o mediador da mesa redonda, e lembrou que no começo dos anos 2000, o Estado aparecia em posição discreta em relação à produção de petróleo. “Em seu terceiro grande ciclo econômico, a partir dos anos 2001, o Estado ingressou e se destacou na cadeia produtiva de petróleo e gás com maior intensidade. Por volta de 2002, 2003, o Espírito Santo contribuía com menos de 2% da produção de petróleo do Brasil e 10 anos depois o Estado Espírito Santo passou a responder por 14%, 15% dessa produção nacional. Inclusive, se destacando entre os estados maiores produtores de petróleo. Demos não apenas uma avançada, mas uma retomada do investimento na cadeia”, disse. 

De acordo com o diretor do IJSN, o Espírito Santo hoje apresenta um crescimento econômico acima da média nacional, sinalizando pontos positivos em várias áreas. “Alcançamos a menor taxa de desemprego da série histórica do Espírito Santo, 5,7%. , contra a taxa nacional de 7,8%. Além disso, estamos conseguindo aumentar a perspectiva de renda. Somos um estado que, desde 2012, apresentamos equilíbrio nas nossas contas públicas. Estamos agora num momento de refletir sobre o futuro do Espírito Santo na atualização do nosso plano ES 2035, ano em que serão celebrados os 500 anos da colonização do Solo Espírito-Santense”, falou.

 

 

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