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sexta-feira, 26 abril, 2024

Trump cancela acordo de Obama com Cuba

Presidente dos EUA, Trump afirma que, apesar de cancelar acordo feito por Obama com Cuba, irá manter alguns pontos. Novo acordo de aproximação foi condicionado a avanços democráticos no regime cubano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que “cancelará” o acordo de reaproximação entre Washington e Havana feito por Barack Obama em 2014. No entanto, algumas das medidas implementadas pela gestão anterior devem ser mantidas.

“Estou cancelando o acordo completamente unilateral da última administração assinado com Cuba.” A firmação do presidente foi feita em um comício realizado em Little Havana, na cidade de Miami, tradicional polo de exilados cubanos nos Estados Unidos.

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Trump também anunciou que reforçará o embargo contra a ilha e que seu governo adotará novas restrições a viagens de americanos para Cuba. Além disso, haverá proibição para empresas norte-americanas de fazer negócios com empresas controladas pelas Forças Armadas cubanas. “Em breve alcançaremos uma Cuba livre”, afirmou Trump, ao dizer da “natureza brutal” do regime de Raúl Castro em Cuba (foto).

Trump cancela acordo de Obama com Cuba

Após o discurso de Trump, o governo cubano, por meio de comunicado, afirmou que qualquer estratégia para mudar o sistema na ilha está “condenada ao fracasso”. Disse ainda que os EUA não estão em condições de dar lições sobre direitos humanos, mas que pretende seguir dialogando com o país.

MEDIDAS DE TRUMP

No anúncio, feito nesta sexta-feira (16), Trump não explicou exatamente que mudanças fará, mas funcionários do governo deram alguns detalhes à imprensa americana.

Das medidas adotadas por Obama, os EUA manterão sua embaixada em Havana e a operação de voos e viagens de navios dos EUA para Cuba permanece. Ele não tomou nenhuma medida para rebaixar o nível de relações diplomáticas com a ilha. “A nossa embaixada permanece aberta com a esperança que os nossos países possam forjar um caminho muito melhor.”

Fora isso, Trump irá proibir transações comerciais entre empresas norte-americanas e cubanas controladas pelos militares do país caribenho. Isso abrange todas as empresas parcialmente controladas ou com participação da Gaesa. O conglomerado envolvido em quase todos os setores da economia, pertence as Forças Armadas Revolucionárias, presidida pelo genro de Raúl Castro.

Trump cancela acordo de Obama com Cuba

Estima-se que a Gaesa controle mais de 60% da economia cubana, incluindo participações em bancos, cartões de crédito, câmbio, linhas aéreas, hotéis, varejo, construção. O controle da Gaesa inclui o porto de Mariel (foto), construído pela Odebrecht e financiado pelo BNDES.

As viagens turísticas continuam formalmente proibidas aos norte-americanos. E agora os regulamentos do embargo elaborados pelo Departamento do Tesouro americano proíbem a despesa de dólares americanos sem uma licença especial.  Além disso, Trump decretará uma aplicação mais rígida das restrições e dos controles vigentes às viagens em direção da ilha.

Mas o presidente não detalhou essa questão durante o discurso desta sexta-feira. Segundo a imprensa local, as relações diplomáticas restabelecidas por Obama, após 53 anos de ruptura, permanecerão.

NEGÓCIOS MANTIDOS

As empresas americanas que já operam em território cubano serão mantidas, conforme citou matéria do G1. A plataforma de aluguel Airbnb, por exemplo, que construiu um negócio multimilionário entre os cubanos que alugam quartos para visitantes estrangeiros, não será afetada pela nova política.

Os americanos também poderão ainda trazer quantidades ilimitadas de produtos cubanos – incluindo rum e charutos – para uso pessoal.

Nada muda também nas operações das companhias aéreas e marítimas americanas que servem a ilha. As empresas, autorizadas pelo presidente Obama a voltar a operar em Cuba, continuarão podendo viajar para o país.

CONTRAPARTIDA

Trump afirmou que pretende rever a política de normaliza as relações com Cuba, iniciada por  Obama.  Mas, destacou que isso será possível somente quando ocorrerem “avanços democráticos”, como a realização de eleições livres e a libertação de prisioneiros políticos. “Quando os cubanos realizarem medidas concretas, estaremos prontos, dispostos e capazes de voltar à mesa de negociação do acordo, que será muito melhor “, disse Trump.

“É importante que haja liberdade em Cuba e na Venezuela”, declarou. Segundo Trump, Cuba sofre há “décadas” por causa do regime de Castro, algo que, segundo ele, não deve se repetir na Venezuela.

Trump agradeceu a comunidade de exilados cubanos por ser a “voz dos sem voz”. Disse que faz a diferença na luta para parar a perseguição do regime contra dissidentes e acabar com a “ideologia depravada” que existe em Cuba.

Declarou ainda que o governo norte-americano continuará a proteger os “sonhadores”, imigrantes cubanos sem documentos que chegaram nos EUA quando ainda crianças. Criado pela administração Obama em 2012, o programa tem como objetivo evitar a repatriação forçada dessas pessoas e dar autorização de trabalho. O Departamento de Justiça dos EUA anunciou que o programa permanecerá em vigor.

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