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sábado, 18 maio, 2024

Tecnologia para Jardins Verticais pode ter salto em breve

Pesquisadores estudaram plantas adaptadas a habitats verticais, como montanhas e paredões de pedra

Por Rafael Goulart

Com avanços propostos por um estudo publicado nesta segunda (22) na Austral Ecology, os Jardins Verticais, principalmente externos, podem entrar em uma nova era.

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Pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), Universidade Federal de Minas Gerais e das universidades alemãs de Rostock e Bonn estudaram espécies de plantas que vivem em paredes rochosas verticais com inclinação de 70 a 90 graus e propões a termologia “hiperepilíticas” para classificar tais formas de vida.

“O centro de diversidade para plantas hiperepilíticas ocorre na América do Sul, nos inselbergs (montanhas de pedra) da Mata Atlântica, principalmente na região conhecida como “Terra dos pães-de-açucar”, nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul da Bahia”, enfatiza a pesquisadora Luiza de Paula.

Com o avanço dos estudos sobre essas espécies, a tecnologia de jardins verticais pode ser beneficiada com uso de plantas mais adaptadas não só a verticalização, mas ao clima local, o que reduz os custos de manutenção.

“Essas plantas podem crescer diretamente na parede vertical de concreto sem cuidados contínuos ou mesmo recipientes. Isso pode revelar aspectos novos e inesperados para as “cidades do futuro”, destaca W. Barthlott.

Além disso, a inserção de espécies silvestres (nativas) no “catálogo” de plantas para jardim vertical pode contribuir com a preservação da biodiversidade local.

“Até agora, o caráter único das espécies de plantas especialistas desse habitat foi completamente esquecido. Apenas alguns coletores de plantas e botânicos apreciaram a composição florística muito distinta deste habitat amplamente inexplorado”, destaca Deyvid Couto do Instituto Nacional de Mata Atlântica.

Para os jardins verticais em área urbana, geralmente são usadas plantas exóticas (que não ocorrem naturalmente no Brasil) e que são fixadas em estruturas artificiais nas fachadas dos edifícios.

“É um novo desafio, mas a dimensão espacial das paredes verticais de concreto em grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo justifica grandes esforços para um futuro urbano verde sustentável”, lembra Dayvid.

Próximos passos

Ainda há muito o que estudar sobre as plantas hyperepilíticas. Estudos sobre os aspectos taxonômicos e biogeográficos estão sendo conduzidos e serão publicados em breve. Ainda, um manuscrito com foco na jardinagem vertical, em parceria com arquitetos e paisagistas, está em fase de redação.

A descoberta é resultado da experiência de campo dos pesquisadores Dayvid Couto, Luiza F. A. de Paula, Stefan Porembski e Wilhelm Barthlott, que estudam a vegetação sobre rochas nos trópicos.

O grupo de pesquisa busca novas parcerias para responder questões ecológicas e fisiológicas dessas plantas intrigantes, como o que garante a vida desses organismos em um ambiente tão extremo.

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