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quarta-feira, 1 maio, 2024

RETROSPECTIVA 2023 – Indústria

No Espírito Santo, no período de janeiro a setembro deste ano, a produção industrial cresceu 7,6%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do IBGE. O resultado coloca o Espírito Santo na segunda posição entre os estados pesquisados, atrás apenas do Rio Grande do Norte. O desempenho capixaba ficou muito acima da média nacional, que registrou queda (-0,2%). Um dos pontos fundamentais para o crescimento foi o aumento de 17,3% da indústria extrativa – produção de pelotas de minério de ferro e extração de petróleo e gás natural.

Em relação às exportações do setor industrial, houve, no mesmo período de 2023, uma queda de 2,5% em relação ao ano passado. O resultado deficitário foi de US$ 375,8 milhões, decorrente da diferença entre os valores exportados (US$ 6,3 bilhões) e os importados (US$ 6,7 bilhões). Em contrapartida, em termos de volume, houve aumento de 20% da quantidade enviada ao exterior.
“A queda desse setor está associada à redução no valor das exportações aos principais países importadores de pedras de origem capixaba, como China, Itália e Taiwan, cujas exportações contraíram 1%, 21% e 24% na comparação do acumulado do ano de 2023 contra 2022”, de acordo com relatório da Findes.

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Grandes Investimentos

Mas a indústria capixaba não aceita derrotas e grandes empreendimentos industriais foram anunciados ao longo dos meses no Estado, como a modernização da unidade da Suzano em Aracruz. A empresa de papel e celulose divulgou em outubro investimento de R$ 1,17 bilhão nesse projeto: R$ 650 milhões para a construção, nos próximos dois anos, de uma fábrica de papel tissue no município, e outros R$ 520 milhões a serem aplicados na substituição de uma caldeira de biomassa no complexo de produção da companhia.

Outra indústria que anunciou investimentos este ano foi a Buaiz Alimentos. O Grupo investiu R$ 20 milhões na aquisição de uma área de 35 mil m² em Vila Velha, próximo à Avenida Darly Santos. No local serão construídos galpões e silos para armazenagem de trigo. A previsão da empresa é que as obras tenham início do próximo ano, quando serão investidos cerca de R$ 40 milhões.

RETROSPECTIVA 2023 - Indústria
Países compradores reduziram as importações de rochas ornamentais do estado, prejudicando o setor Foto: Divulgação

Ainda no setor de alimentação, a Chocolates Garoto também divulgou investimentos. Localizada no bairro da Glória, em Vila Velha, hoje a empresa é a maior do segmento na América Latina e informou que vai investir cerca de R$ 500 milhões para desenvolver novos produtos e modernizar sua planta industrial, adequando-a aos conceitos de indústria 4.0.

E outubro, o BTG Pactual anunciou a criação de um fundo imobiliário de R$ 600 milhões para investir em imóveis de alto padrão no Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina. O grupo gerencia ativos imobiliários (prédios residenciais, escritórios e galpões logísticos) de R$ 1,96 bilhão. Começando por Vitória, Linhares e Vila Velha, alcançando depois Curitiba, Londrina, Maringá, Florianópolis e Joinville, o fundo prevê investir em 15 empreendimentos, que totalizam 1,7 mil apartamentos, com valor geral de vendas (VGV) na ordem de R$ 2,44 bilhões.

O BTG destacou que os imóveis nestas praças tiveram as maiores altas do País nos últimos anos. Vitória, por exemplo, registrou a maior valorização acumulada no metro quadrado médio de venda, com um aumento de 166% em 10 anos, segundo o Indice Fipezap.

E quase no fim do ano, em dezembro, mais uma boa nova: com investimento de R$ 50 milhões ao longo de 2024, a Marcopolo, maior fabricante de carrocerias de ônibus do Brasil, vai ampliar a sua planta industrial de São Mateus, no norte do estado. A fábrica vai produzir veículos elétricos, fato inédito para a indústria capixaba, que serão exportados para Chile, Colômbia e México. A nova linha vai elevar a produção de 16 para 26 veículos por dia e aumentará o quadro de funcionários de dois mil para 2,4 mil colaboradores.

Primeira ZPE privada do Brasil

A indústria também esteve no foco de um acontecimento histórico no Brasil. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, veio ao Estado no dia 27 de julho e assinou a resolução criando a primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) privada do país,
em Aracruz. Com área de 50.232 hectares, em Barra do Riacho, próximo aos portos da região, a gestão da ZPE será de responsabilidade do Grupo Imetame.
As ZPEs são áreas de livre comércio destinadas à produção de bens para exportação e à prestação de serviços vinculados à atividade exportadora. A produção no espaço da ZPE, exclusivamente para exportação, garante às empresas isenção de IPI, Pis, Cofins, Imposto de Importação e AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante) na aquisição de insumos e matérias-primas.
Na região da ZPE de Aracruz, está em construção o Imetame Porto Aracruz, cujas obras tiveram início em 2021 e estão previstas paras serem concluídas no primeiro semestre de 2025, com operação de contêiners e, depois, grãos. Com investimento de R$ 1,7 bilhão, o Complexo Portuário terá a profundidade de 17 metros e capacidade de receber navios que transportam 150 mil toneladas de carga. Atualmente, estes navios não operam na costa brasileira. O empreendimento está sendo executado e gerido pela Imetame.

ZPE em Vila Velha

A cidade de Vila Velha também estuda a implantação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), dado o complexo portuário do município, que inclui o Cais de Capuaba, Atalaia, Paul, Peiú e Log-in. Outro fator que favorece a criação da ZPE no município é o ramal ferroviário (EF-118), que vai cortar Vila Velha próximo às BRs 101 e 262. Os investimentos da ZPE podem ser feitos na Região 5 ou na região da Rodovia Darly Santos, mas o local ainda não foi definido, pois o projeto está em estudos.

Usina de briquetes de minério

No dia 12 de dezembro, mais um fato marcante na indústria do Espírito Santo: a Vale inaugurou, na Unidade Tubarão, em Vitória, a primeira usina de briquetes de minério de ferro do mundo.

O chamado “briquete verde” pode reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa (GEE) durante a produção de aço na siderurgia. O produto foi desenvolvido pela empresa ao longo de quase 20 anos. Em 2024, a Vale informou que pretende iniciar a operação da segunda usina de briquetes, também em Tubarão. As duas usinas vão ter capacidade operacional de produzir seis milhões de toneladas de briquetes de minério de ferro por ano. O investimento passa de R$ 1,2 bilhão.

Incêndios

Mas nem só de boas notícias viveu a indústria capixaba em 2023. O mês de novembro ficou marcado por dois grandes incêndios em fábricas do estado. E, felizmente, nenhum óbito. No dia 7, o fogo atingiu 50% da unidade fabril da Cacau Show, em Linhares. Com mais de 40 mil metros quadrados, a fábrica no Espírito Santo produz 28 mil toneladas de chocolates por mês, o que representa cerca de 19% da produção da Cacau Show. A operação foi retomada parcialmente 20 dias após o incêndio.

E no dia 19, um novo incêndio, dessa vez na cidade de Pinheiros, atingiu a empresa Placas do Brasil, fabricante de placas em MDF, principal matéria-prima da indústria moveleira. As chamas ficaram restritas ao pátio de biomassa e aos silos de cavacos. A indústria foi preservada, com os estoques intactos, o que possibilitou a retomada de 100% das atividades em oito dias.

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