Procura por trabalhos de reversão tem aumentado nas clínicas de estética e dermatologia, apontam profissionais
Por Mariah Friedrich
Os preenchimentos faciais à base de ácido hialurônico tornaram-se um dos procedimentos estéticos mais procurados para quem deseja melhorar o contorno facial, suavizar rugas e combater a flacidez da pele. No entanto, o uso excessivo da substância tem levado muitos pacientes, incluindo celebridades, a buscarem procedimentos de reversão, em uma tendência crescente que valoriza a naturalidade.
Um dos casos mais recentes é o da ex-dançarina do É o Tchan Ssheila Carvalho, que após fazer a retirada do ativo expressou satisfação em recuperar a naturalidade do olhar e sorriso e destacou: “Menos é mais”. As médicas Karina Mazzini e Renata Melo explicaram o processo de remoção do ácido hialurônico, assim como riscos e cuidados que devem ser tomados pelos pacientes que buscam desfazer harmonizações faciais
Karina Mazzini e Renata Melo apontam que a principal razão para a remoção é a insatisfação com os resultados, popularmente chamada de “desarmonização facial”. Nesses casos, a retirada é feita com a enzima hialuronidase, que quebra as moléculas do ácido, facilitando sua reabsorção. “A aplicação é feita com injeções localizadas diretamente nas áreas onde o produto foi aplicado”, explica Renata Melo.
O aumento na demanda por reversões acompanha a tendência de um visual mais natural e sutil, com muitos pacientes buscando corrigir preenchimentos excessivos, especialmente em áreas como olheiras e boca. “As reversões estão aumentando muito, a procura pela retirada de ácido hialurônico é enorme ultimamente, as pessoas estão querendo voltar ao natural”, compartilha a dermatologista Karina Mazzini.
Para tratar flacidez dérmica sem recorrer ao ácido hialurônico, a médica Renata Melo indica opções como o Ultraformer MPT, bioestimuladores de colágeno, fios de sustentação e lasers.
A dermatologista Karina Mazzini também apontou outros tipos de procedimentos que oferecem resultados eficazes para reduzir a flacidez dérmica com menos volumização, como tecnologias de ultrassom microfocado, radiofrequência injetada, lasers e bioestimuladores mais naturais.
“Não somos contra a aplicação de ácido e alurônico, de maneira alguma. O que eu sou radicalmente contra são os excessos. Por isso é que atualmente se preenche muito menos que antes, até porque nós temos todo esse arsenal de tecnologias maravilhosas para estimular o colágeno dérmico”, explica a profissional.
Além dos efeitos anti-estéticos, Mazzini alerta que, em casos graves como oclusão arterial, quando o ácido hialurônico é aplicado, erroneamente, dentro de uma artéria, a remoção é urgente para evitar complicações.
“Outras vezes o excesso do ácido hialurônico, mesmo por fora das artérias, promove na região um edema que comprime essas artérias”, comenta a dermatologista sobre situações em que é necessário fazer a remoção imediata também do ácido hialurônico.
Além da maneira clássica, através da hialuronidase, outra forma de reversão da harmonização facial pode ser feita aspirando o produto com uma agulha fina, em casos em que estiver muito concentrado.
Segundo a médica Renata Melo, a retirada do ácido hialurônico com hialuronidase é segura, mas, como qualquer procedimento, pode apresentar alguns riscos. “Entre os principais estão reações alérgicas à enzima, inchaços, hematomas temporários, dentre outros. O ideal é que o procedimento seja realizado por um profissional qualificado e que o paciente siga corretamente as orientações pós-procedimento”, orienta a médica.