Levantamento mostra que 83% da população não está disposta a pagar mais impostos para manter o atual sistema de aposentadorias. Apenas 36% dos entrevistados afirmam que conhecem a proposta em tramitação no Congresso
Seis em cada dez brasileiros (59%) consideram necessária a reforma da Previdência. Segundo a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Reforma da Previdência, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a percepção de que as mudanças são imprescindíveis é maior entre os homens, os que têm ensino superior e renda familiar superior a cinco salários mínimos.
De acordo com o levantamento, 63% dos homens dizem que é preciso reformar a Previdência. Entre as mulheres, o percentual cai para 54%. As mudanças são necessárias para 68% dos entrevistados com ensino superior e para 73% dos que têm renda familiar acima dos cinco salários mínimos.
A reforma também tem o apoio da maioria dos que ganham menos e com menor grau de escolaridade: 52% dos que completaram até a quarta série do ensino fundamental e 51% e dos que recebem até um salário mínimo acreditam que o sistema precisa mudar.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Leo de Castro, acredita que a percepção dos brasileiros cresceu consideravelmente. “Há uma consciência de que a reforma precisa ser feita. A economia está andando para trás. Está claro que, se não resolvermos este tema, teremos problemas com investimentos, empregos, bem-estar”, avalia.
Presidente da CNI em exercício, Paulo Afonso Ferreira, destaca que as mudanças na Previdência são urgentes e imprescindíveis para assegurar o pagamento futuro de milhões de aposentados e beneficiários do sistema e para garantir o equilíbrio das contas públicas.
“As mudanças no sistema atual de aposentadorias são essenciais para incentivar o retorno dos investimentos, do crescimento sustentado e da necessária modernização do país”, acrescenta Ferreira. “Se o país não resolver a questão do déficit da Previdência, a sociedade terá que arcar com os custos de elevação da carga tributária e com a falta de recursos para áreas em que a atuação do setor público é fundamental, como saúde, educação, segurança e infraestrutura. Todos os brasileiros serão prejudicados”, alerta o presidente da CNI em exercício.