O Ministério da Saúde afirma que 0,6% dos jovens acima de 15 anos fazem uso de cigarros eletrônicos
Por Kebim Tamanini
A última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a pedido do Ministério da Saúde, em 2019, revelou que 0,6% dos jovens acima de 15 anos relataram fazer uso de cigarros eletrônicos. Por esse motivo, o deputado estadual Dr. Bruno Resende propôs à Assembleia Legislativa (Ales) o Projeto de Lei nº 467/2023, que prevê atividades de prevenção e combate ao uso de cigarros eletrônicos.
Se for aprovado, o PL será enviado à sanção do governador Renato Casagrande. Mas o Dr. Bruno já justificou aos colegas do parlamento que “a campanha tem como objetivo conscientizar os jovens de que o uso dos cigarros eletrônicos é extremamente prejudicial à sua saúde e não é seguro”.
O deputado, que também é médico oncologista, adverte que o cigarro eletrônico apresenta vários riscos, especialmente, para a saúde cardiovascular, com aumento das taxas de colesterol HDL (o mau colesterol), alteração do fluxo sanguíneo e prejuízos ao funcionamento das artérias.
Na matéria proposta, o político alerta que os dispositivos eletrônicos de fumar, por não produzirem fumaça, podem levar o usuário a pensar que são inofensivos, o que não condiz com a verdade, pois exalam vapor ou aerossol que contém substâncias perigosas para o organismo humano.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a quantidade de fumantes de cigarros tradicionais diminui ano a ano, graças a uma série de evidências científicas comprovando os seus danos à saúde, enquanto o consumo de cigarros eletrônicos por jovens é cada vez maior, embora os malefícios sejam os mesmos do cigarro convencional.
Riscos
A cardiologista Jaqueline Ribeiro Scholz, do Inca, adverte que os aditivos aromatizantes, que geram os “sabores” do cigarro eletrônico, podem elevar o risco de problemas. “Trocar o cigarro tradicional pelo eletrônico não modifica os riscos inflamatórios, de formação de coágulos e trombos e de arritmia associados ao ato de fumar. Isso acontece porque o cigarro eletrônico também tem alta carga de nicotina, que causa dependência, aumenta a atividade inflamatória e o risco de problemas cardíacos”, explica a especialista.
Proibido
No Brasil a importação, comercialização e propaganda de cigarros eletrônicos estão proibidos desde 2009. Essa vedação consta na Resolução nº 46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entretanto, tem sido cada vez mais observado o seu uso, em especial entre a população mais jovem, atraída pelos diversos “sabores” disponíveis para o produto..