Em julho, 36% das micro e pequenas empresas consultadas registraram movimentação positiva
Por Anderson Neto
Os microempreendedores capixabas têm bons motivos para comemorar. De acordo com a pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esses empreendimentos registraram acréscimo de faturamento no Estado.
Segundo a pesquisa, em julho deste ano, 36% das micro e pequenas empresas consultadas registraram aumento no faturamento em comparação com o mesmo mês do ano passado. O número se revela positivo quando comparado com os levantamentos de janeiro e abril, onde os índices foram de 22% e 28%, respectivamente.
Por outro lado, 37% dos pequenos negócios tiveram queda de receita em julho. Para 20%, o faturamento se manteve estável em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O Espírito Santo é um dos estados brasileiros que mais oferecem oportunidades para os pequenos negócios. Com a recuperação gradativa da economia, há uma perspectiva otimista de mais investimentos e geração de empregos”, avalia Pedro Rigo, superintendente do Sebrae-ES.
Dados do Sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) dão conta de que o Estado lidera o saldo de empregos de micro e pequenas empresas no Sudeste no acumulado de janeiro a julho.
No total, foram abertos 18.852 novos postos de trabalho. A cada mil empregados, esse saldo equivale a 46,94. O número do Espírito Santo é maior que a média nacional (43,11) e da região Sudeste (40,03).
Custos
Ainda de acordo com o estudo, a maioria das micro e pequenas empresas capixabas não repassou os custos operacionais aos consumidores. Em julho, 64% dos empreendedores citaram um aumento nos custos num período de 30 dias. Desse total, 54% optaram por não repassar a diferença para os clientes e 30% repassaram apenas parcialmente.
No resultado da pesquisa de abril, a proporção de pequenos negócios que informaram aumento nos custos foi de 79%. À época, 46% deles não repassaram os valores aos clientes e 43% fizeram repasses parciais.
Empréstimos
O levantamento também avaliou a situação dos empréstimos adquiridos pelos empreendedores. No Espírito Santo, 38% dos pequenos negócios estão com os débitos em dia, 23% têm dívidas em atraso e 39% não possuem empréstimos a quitar.
A análise mostrava que, em janeiro, 32% dos entrevistados estavam em dia com os pagamentos, e a inadimplência chegava a 24%. Na ocasião, 44% dos empreendedores afirmaram não ter empréstimos pendentes.
Quando questionados sobre as principais dificuldades para manter o pequeno negócio, os empreendedores capixabas apontaram o aumento dos custos (37%) e a falta de clientes (33%) como fatores preocupantes. Segundo a pesquisa, 51% dos empreendedores ouvidos relataram ter dificuldades para manter o negócio.