A mudança da OMS é baseada em estudos que apontam para uma redução de circulação de variantes primitivas do SARS-CoV-2
Por Rafael Goulart
Na última semana, a Organização Mundial da Saúde divulgou um comunicado sobre o futuro da vacinação contra Covid-19, que em outro momento deverá priorizar as vacinas monovalentes.
De acordo com estudos analisados pela OMS, o SARS-CoV-2, responsável por causar a Covid-19, está evoluindo a partir da sua variante Ômicron, que é mais eficiente na sua transmissão, com isso outras variantes estão oferecendo cada vez menos risco a saúde pública.
Ainda segundo a Organização, é pouco provável que haja um revés desse quadro, porém os imunizantes monovalentes serão priorizados somente no futuro, até lá o melhor é manter o esquema vacinal completo.
No atual momento a recomendação é priorizar a vacinação com imunizantes bivalentes, que oferecem proteção contra a ômicrom e suas mutações, mas também contra as cepas mais primitivas.
“A recomendação para nova composição da vacina é para o futuro e, exatamente porque as atuais funcionam ainda muito bem, é possível que novas formulações estejam no horizonte”, explicou a infectologista Luana Araújo que ajuda na divulgação científica pelas redes sociais.
Fakenews
Uma pesquisa realizada Sociedade Brasileira de Pediatria e pelo Instituto Questão de Ciência aponta que a circulação de fakenews tem atrapalhado o sucesso dos programas de vacinação.
A pesquisa “Hesitação Vacinal” deverá sair no final de maio, mas alguns dados preliminares foram divulgados. De acordo com 81,29% dos pediatras entrevistados, a vacina contra a covid-19 é a que tem gerado maior apreensão entre as famílias, seguida pelas doses contra a gripe (6,7%) e a febre amarela (6,09%).
Em relação a imunização contra a Covid-19, os principais motivos alegados nos consultórios, no caso da vacina contra a covid, são:
– “A vacina da covid-19 com tecnologia RNA pode trazer riscos à saúde das crianças” (18,09%);
– “Não aceitar correr riscos, uma vez que imunizações podem causar doenças como miocardite e trombose” (16,58%);
– “As vacinas de RNA não são seguras no longo prazo” (13%);
– “Crianças não têm covid grave” (12,84%);
– “Não conheço nenhuma criança que morreu de covid” (8,8%).
O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Clóvis Francisco Constantino, lembrou que, ao longo dos últimos seis ou sete anos, o país registrou uma queda “acentuada e perigosíssima” da cobertura vacinal no Brasil, que já foi referência mundial no assunto.
Fim da Emergência
No dia 05 de maio, a Organização Mundial da Saúde decretou o fim da EMERGÊNCIA sanitária relacionado a pandemia de Covid-19. A entidade reforçou que a vacinação deve continuar mesmo com a mudança de prioridade.