Economia brasileira: estimativa de crescimento do Brasil em 2019 é de 2,5%. Caso seja confirmada, significa que crescerá à taxa dos países desenvolvidos. O que é insuficiente.
Economia Brasileira … A vida não está fácil para o Brasil.
No âmbito doméstico, o País enfrenta a sobreposição da instabilidade do momento eleitoral. Acirrada pela intolerância à divergência de opinião e pela falta de um Estadista candidato ao cargo de Presidente da República. Com a pressão do desemprego devido ao baixo dinamismo da economia.
No Externo é a ameaça do protecionismo ao comércio internacional – a disputa entre Estados Unidos e China pode comprometer o seu fluxo de negócios internacionais.
Adicionado ao fato de que a sua estrutura produtiva não lhe confere fôlego para inserção externa mais ampla. Assim, qualquer fato que possa ameaçar o volume de negócios e os preços internacionais preocupa. Agravará a precária situação em que se encontra a economia brasileira, que chegou a esse ponto por obra e graça de suas escolhas.
Pelo menos é isso que as estatísticas mundiais sugerem.
As projeções do FMI para 2018 e 2019 indicam 3,9% de crescimento para a economia mundial. Para países emergentes, 4,9% e 5,1%. Já para os emergentes asiáticos, 6,5% nos dois anos. E para os desenvolvidos, 2,4% e 2,2%.
Economia brasileira
As taxas de crescimento estimadas para o Brasil nesses dois anos são, respectivamente, 1,8% e 2,5%. Se esse crescimento se confirmar, em 2019 ele crescer à taxa dos países desenvolvidos. O que é insuficiente.
Um país desenvolvido pode crescer a taxas menores porque já tem estrutura produtiva adequada. Assim, sua taxa de investimento é menor, porque ele precisa apenas repor o estoque de capital que deprecia. Seu ritmo de crescimento é para sustentar o padrão de desenvolvimento.
Um país em desenvolvimento como o Brasil, ao contrário, precisa ter taxas de crescimento altas. Porque está em processo de construir seu estoque de capital para alcançar nível de renda mais elevado – o padrão dos países desenvolvidos.
Mas, no ritmo em que o Brasil está indo, o estágio de país desenvolvido ainda está longe de ser alcançado.
Também está muito aquém de seus pares, China e Índia. A primeira tem estimativa de 6,6% e 6,4%, respectivamente para 2018 e 2019. A segunda, 7,3% e 7,5%.
Desafios
O Brasil tem dois grandes desafios a vencer. Primeiro, romper os obstáculos estruturais que ele mesmo gerou ao seu desenvolvimento econômico e social. Segundo, sobreviver à reviravolta pela qual passa o multilateralismo.
Para ambos precisará que o chefe do Executivo seja um Estadista; e que o legislativo legisle colocando os interesses do País acima dos individuais.
Infelizmente, pelo que demonstram as pesquisas de opinião, o País não vencerá seus obstáculos.
Na corrida eleitoral para o executivo, quem tem visão e projeto de Estadista não tem voto. E quem tem voto, não tem visão nem projeto de Estadista. E para o legislativo, a previsão é de uma taxa de renovação mínima.
Assim, as estatísticas indicam grande probabilidade de termos no Planalto um salvador da pátria. Cioso de uma verdade absoluta – de direita ou de esquerda – e mais preocupado em impor essa verdade do que implementar um projeto de país.
No Congresso, os donos das capitanias hereditárias manterão o clientelismo e o fisiologismo habitual. Otimisticamente, permaneceremos como estamos: obstaculizados.
Arilda Teixeira é Economista e professora da Fucape