Neste 27 de maio, é celebrado o dia da Mata Atlântica, o mais importante ecossistema brasileiro
Por Rafael Goulart
Cerca de 15% do território nacional faz parte, ou deveria fazer, do bioma chamado Mata Atlântica. Este ecossistema se desenvolve em 17 estados, abriga 72% dos brasileiros e é responsável por 80% do PIB nacional, de acordo com dados do Instituto SOS Mata Atlântica.
Mesmo com toda essa importância, a ação humana já devastou 90% da área original do bioma, o que resulta na extinção de espécies e desequilíbrio no ciclo da água, além de facilitar processos de erosão.
A edição mais recente do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (18ª) foi lançada nesta segunda (22) e identificou uma perda de 20.075 hectares (equivalente a mais de 20 mil campos de futebol) de florestas nativas no período observado (2021-2022).
Embora esse número represente uma redução de 7% em relação ao detectado em 2020-2021 (21.642 hectares), a área desmatada é a segunda maior dos últimos seis anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, que foi de 11.399 hectares entre 2017 e 2018.
“Nunca é demais recordar que este é o único bioma brasileiro protegido por uma lei especial, a Lei da Mata Atlântica, e o primeiro a ser monitorado por imagens de satélite desde o lançamento do Atlas dos Remanescentes Florestais. Pela importância da Mata Atlântica, devemos garantir a proteção e o desmatamento zero das florestas nativas e incentivar a sua conexão com a restauração da mata.”, afirma o Instituo SOS Mata Atlântica.
Onça-pintada
O maior felino das Américas vive nos mais diferentes habitats do centro ao sul do continente, por isso é o símbolo da conservação ambiental e da biodiversidade nacional.
No Brasil, a onça-pintada vive na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e na Mata Atlântica.
Sua presença é um indicativo de equilíbrio e preservação ambiental, pois depende de um delicado ecossistema para sua sobrevivência, além de ser um dos alvos preferidos de caçadores.
Por estar no topo da cadeia alimentar, também é um importante ator no equilíbrio ambiental, controlando a proliferação insustentável de outras espécies.
Monsat
Armadilhas fotográficas registraram uma onça-pintada no Monumento Natural Estadual Serra das Torres (Monast).
A presença do felino na região é totalmente inesperada, uma vez que há 27 anos não se tinha notícia dessa espécie fora do Complexo Florestal Linhares-Sooretama.
Sooretama
A Reserva Biológica de Sooretama fica a 130 quilômetros de Vitória e é reconhecida por abrigar em seus mais de 30 mil hectares de área preservada, diversas espécies que só endêmicas, ou seja, que só existem ali.
Até 1982, a área que hoje abriga a Reserva, era conhecida como Parque Refúgio e Criação de Animais Silvestres de Sooretama, mas em 20 de setembro, quando mudou de status para Unidade de Conservação de Proteção Integral, definição dada pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC.
Itaúnas
Foi Augusto Ruschi, na década de 1940, o primeiro a propor que a região de Itaúnas tivesse seu meio ambiente protegido. A proposta previa a criação de uma reserva florestal com 10.000 hectares, mas não teve êxito.
Atualmente, O Parque Estadual de Itaúnas (PEI) é uma unidade de conservação de proteção integral dos recursos naturais, sob gestão do IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente do Espírito Santo.
Com uma área de aproximadamente 3.500 ha, o parque localiza-se no município de Conceição da Barra, na porção extremo-norte do litoral capixaba, a aproximadamente 260 km de Vitória.
Paulo César Vinha
Com o intuito de preservar uma faixa contínua de restinga, um dos ecossistemas mais ameaçados da Mata Atlântica, foi criado pelo decreto nº 2.993-N de 1990, com a denominação inicial de Parque de Setiba.
Por meio da Lei nº 4.903 de 1994, passou a ser denominado Parque Estadual Paulo César Vinha, em homenagem ao biólogo Paulo César Vinha, morto em 1993, por atuar contra a extração de areia na região.
O parque possui diversas trilhas em seus 1.500 hectares de área preservada.
Parque da Fonte Grande
Na capital capixaba, o Parque da Fonte Grande, localizado no “coração” do Maciço Central da capital, é um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica protegida por Lei em área urbana do país.
Em seu terreno de 218 hectares, o que equivale a uma área de cerca de 218 campos de futebol, altamente acidentado com vales e pontões, declividades acentuadas, de clima quente e sujeito a muitas chuvas ao longo do ano, conserva cobertura vegetal com predomínio de floresta secundária de Mata Atlântica.
O Parque pode ser acessado de carro por São Pedro ou por trilhas de diversos pontos da capital, como Fradinhos e Gruta da Onça.
Fazendinha
No extremo norte de Vitória, entre Jardim Camburi e Bairro de Fátima, Serra, fica o Parque Municipal da Fazendinha.
Inaugurado em junho de 2004, o parque possui quase 23.000 m² e serve de moradia para aves, mamíferos e peixes. A região central é ocupada por uma nascente e um grande lago. Na parte mais elevada, existe um platô, que serve de mirante natural.
Agora o parque foi ampliado e se tornou o Refúgio de Vida Silvestre da Mata Paludosa, onde fica localizado o Centro Ecológico Projeto Caiman, a casa dos jacarés da Mata Atlântica.
De um parque urbano, o centro se tornou a sede do Projeto Caiman, onde são realizadas atividades de pesquisa, educação ambiental e ecoturismo.
A entrada é gratuita, com abertura às 8h e fechamento às 17h.
Vitória
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) vai divulgar ações de promoção da preservação da área verde de capital, nesta sexta-feira (26).
Dentre os anúncios estão os resultados do inventário da arborização da capital, o lançamento e disponibilização para consulta do sistema de geoarborização e o novo contrato de manutenção do paisagismo da cidade.
A solenidade, que está marcada para as 14 horas, na Sala de Reuniões da Prefeitura de Vitória, em Bento Ferreira, contará com a presença do prefeito Lorenzo Pazolini, secretários e membros da sociedade em geral.
“Esses são importantes serviços em prol do meio ambiente da capital. Quando a gente cuida com carinho, a gente tem uma área verde e uma cidade preparada para todas as gerações”, destacou o secretário da pasta, Tarcísio Föeger.
Vila Velha
A Prefeitura de Vila Velha por meio da Secretaria de Meio Ambiente está focada na programação para o Junho Verde, que terá início no próximo dia 3/6. A programação será divulgada em breve nas mídias sociais da prefeitura.
Aracruz
A Secretaria de Meio Ambiente não terá uma programação específica para esta data, uma vez que a pasta realiza uma extensa programação para o Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) que já está bem próximo.
As áreas de mata atlântica protegidas pelo município na forma de unidades de conservação somam aproximadamente 2.700 hectares, e ainda existem outras áreas protegidas na forma de reserva legal, áreas de preservação permanente e unidades de conservação de outros entes da Federação.
Aracruz conta com o Programa Águas do Futuro que contempla projetos visando o aumento da cobertura florestal, de áreas verdes urbanas e de conservação de água e solo.
Cariacica
A Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Meio Ambiente em parceria com a Secretaria de Serviços realiza durante a Semana do Meio Ambiente a programação de plantio de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica em áreas de Conservação e Parques Urbanos no Município de Cariacica.
Serão plantadas 1.770 mudas que serão distribuídas entre a Unidade de conservação Parque Natural Municipal do Monte Mochuara -PNMM, o Parque Urbano O Cravo e a Rosa e o Parque Linear de São Conrado.
O município conta com a Política de Proteção Ambiental e os Planos de Manejo das Unidades de Conservação do Parque Natural Municipal do Monte Mochuara, da APA do Monte Mochuara e do Parque Natural Municipal do Manguezal de Itanguá.
Cariacica apresenta áreas de proteção ambiental da Mata Atlântica que estão inseridas as Unidades de Conservação que estão sobre proteção ambiental e sendo monitoradas pelo Município de Cariacica
REBIO – Unidade de Conservação de proteção Integral Estadual localizada no Município de Cariacica que possui uma área de aproximadamente 3.000 Hectares para a proteção do Bioma Mata Atlântica;
PNMMM – Parque Natural Municipal do Monte Mochuara. Unidade de conservação Municipal de proteção Integral para a proteção da Mata Atlântica; Possui uma área de 478 hectares.
PNMMI – Parque Natural Municipal do Manguezal do Itanguá. Unidade de conservação Municipal de proteção Integral para a proteção da Mata Atlântica; Possui uma área de 47 hectares, Ecossistema associada da Mata Atlântica;
RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Manguezal de Cariacica. Unidade de Conservação Sutentável. Possui uma área de aproximadamente 700 hectares, Ecossistema associada da Mata Atlântica.
Serra
A Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Serra informa que apoia e incentiva a preservação da Mata Atlântica, diariamente.
Na Serra, esse bioma pode ser encontrado em diversos locais turísticos que fazem parte das Áreas de Proteção Ambiental (APA), onde as regiões remanescentes da Mata Atlântica são preservadas de forma intensa.
No município, essas áreas podem ser encontradas no maior monumento natural da cidade, o Mestre Álvaro; na Lagoa Jacuném, inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Jacaraípe; na Praia Mole, próxima à praia de Carapebus; no Morro do Vilante, próximo à Divinópolis; no Parque Natural Municipal de Bicanga, em Bicanga; e no Jardim Botânico da Serra, localizado entre os bairros São Lourenço, Santo Antônio e Cascata, na Serra Sede.