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quinta-feira, 28 março, 2024

Minha empresa precisa crescer, e agora?

Minha empresa precisa crescer, e agora?

“Crescer desordenadamente pode gerar prejuízos. O crescimento sustentável é o natural.”, Alline Zanoni, Sebrae-ES

Por Redação ES Brasil

Toda empresa, mesmo aquela que acaba de ser aberta, passará pelo ciclo de vida dos negócios que engloba nascimento, crescimento, amadurecimento e morte. Entretanto, se a empresa passa por esses ciclos de forma desordenada, não planejando seu crescimento e amadurecimento nem tomando cuidado com outros percalços que podem surgir nessa fase, um dos problemas mais graves que ela pode enfrentar é a extinção.

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Por isso, e para evitar sua extinção, até o natural processo de crescimento deve ser planejado. E muito bem. Antes de alçar voo e ousar é necessário promover uma avaliação profunda, conhecendo todas as “ferramentas” necessárias para esse movimento de crescimento. “Muitas empresas crescem e não adquirem as competências essenciais e, com isso, rapidamente voltam à condição anterior, ou pior, podem acabar encerrando suas atividades”, ensina o professor da MMurad/FGV, Eduardo Maróstica, complementando que o empresário precisa saber se possui os recursos adequados para conseguir o que planejou.

E se “crescer é um movimento inevitável”, como chega a decretar o diretor-executivo da Beside Soluções Empresariais, Rodrigo Coutinho, é preciso também entender que “crescer” é um conceito um pouco mais amplo. “Pode ser um crescimento em lucratividade, tamanho, empregabilidade, inovação e oferta, entre outros. Existem negócios focados em custo, que buscarão uma quantidade cada vez maior de clientes, enquanto há outros focados em especialização, que buscarão o perfil exato do cliente; outros ainda focarão suas estratégias em diferenciação e buscarão um público quantitativamente menor, mas que pague mais pelo produto/serviço diferenciado”, explica Coutinho.

Movimento planejado

Rodrigo Coutinho aponta um dos erros que ainda rege a vida do empresário: a falta de um parâmetro que aponte a “necessidade” de crescimento. “Em geral, são os gargalos que apontam que é hora de promover uma nova expansão dos negócios. Só quando a demanda por seus produtos/serviços são maiores do que sua capacidade de atendimento é que o empresário percebe que há espaço para expansão; e quando há queda na lucratividade, percebe-se que é necessário aumentar as margens ou as vendas.”

A gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae-ES, Alline Zanoni, acrescenta que as organizações devem se posicionar quanto ao crescimento, conforme o momento em que se encontram no ciclo de vida e de acordo com o mercado. “Crescer desordenadamente pode gerar prejuízos. O crescimento sustentável é o natural. Crescer aquém ou além do potencial da própria organização sempre é prejudicial.”

Investindo para crescer

Entretanto, antes de promover uma nova expansão de suas atividades, o empresário necessita avaliar os custos e os riscos que esse movimento causará. Como crescimento pressupõe investimento, caso não haja fonte de recursos suficientes, a organização pode sofrer uma restrição de caixa. “Por vezes, existe demanda no mercado, contudo pode ocorrer de que, para atendê-la, seja necessária uma estrutura superior à própria demanda. Nesse ponto, a expansão ficaria por algum tempo trabalhando com ociosidade operacional, o que gerará custos”, destacou Coutinho. E Alline complementa: “o crescimento se configura como sustentável quando gera a rentabilidade esperada sem a perda da saúde financeira da empresa”.

Como crescimento exige investimento, então, quanto maior o desejo de crescer, maior deverá ser o investimento. “Investimento na capacidade produtiva instalada envolve investimento fixo (máquinas, equipamentos, inovação, tecnologia, capacitação) e investimento no giro (estoques, crédito para clientes)”, exemplificou a gerente.

No processo de crescimento, é importante também que o empresário não utilize os recursos do capital de giro para ter condições de manter o nível de atividade atual. “Nesse sentido, a possibilidade de utilização de capital de terceiros é um fator importante para viabilizar o crescimento”, ressalta Alline.

Qual o tamanho do bolo?

Mas quanto é possível crescer? Há fórmulas matemáticas para fazer essa análise, mas num exemplo prático proposto por Rodrigo Coutinho, uma empresa está com as vendas crescentes até que todos os seus vendedores estejam absolutamente ocupados. Dessa forma, para atender outro mercado, ela precisará fazer contratações. Contudo, se a demanda desse novo mercado não cobrir os custos de contratação num determinado prazo, pode não ser interessante crescer nesse momento. “Este é um exemplo simples com apenas uma variável. As decisões empresariais são um pouco mais complexas, pois possuem mais variáveis. Existem fórmulas, mas essencialmente o crescimento sustentável passa por um planejamento estratégico”, finaliza Coutinho.

“O empresário deve avaliar o crescimento do seu mercado de atuação e o momento da economia. É necessário ainda definir qual a participação de mercado (market share) da empresa. Sem essa análise, não há como avaliar e definir as escolhas para o negócio. Com esse tipo de pesquisa, o empresário consegue um panorama muito mais amplo e pode planejar metas e chegar a resultados mais exatos”, explicou Alline Zanoni.

A gerente do Sebrae-ES ainda chama atenção para o fato de o ambiente econômico brasileiro favorecer o surgimento de novas oportunidades para os micro e pequenos empresários, mas diz que estes precisam se preparar para enfrentar os desafios do mercado. O Sebrae-ES, por exemplo, colabora com os empresários, auxiliando-os no crescimento planejado, ajudando os empreendedores na identificação das oportunidades e na preparação para o enfrentamento da concorrência.

Portanto, se sua meta é crescer, avalie o mercado, se o momento é o ideal e a sustentabilidade que sua empresa tem e terá para a concretização desse processo. Afinal, certamente, do que ela não precisa é de insucesso quando a tentativa era de crescimento.

Esta matéria foi publicada originalmente em 18 de Agosto de 2011 no portal da Revista ES Brasil. As pessoas ouvidas e/ou citadas podem não estar mais nas situações, cargos e instituições que ocupavam na época, assim como suas opiniões e os fatos narrados referem-se às circunstâncias e ao contexto de então.

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