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quinta-feira, 25 abril, 2024

Mercados financeiros e de capital e o conflito entre Rússia e Ucrânia

“O que têm em comum? Em princípio, nada. Mas os índices dos pregões do Ibovespa enceraram a semana passada em queda, e a moeda brasileira teve desvalorização”

Por Arilda Teixeira

Nesse momento, estão todos, Brasil inclusive, na expectativa pelo desfecho do conflito geopolítico entre Ucrânia e Rússia, que disputam a região da Crimeia – uma república autônoma da Ucrânia.

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Nem a informação do Banco Central dos Estados Unidos (FED) de que aumentará a taxa básica de juros segurou a reação de aversão ao risco dos mercados financeiros e de capital; na semana passada, depois da informação de que a tensão entre Rússia e Ucrânia se acirrara.

Não é a primeira vez que um episódio dessa natureza acontece na economia internacional; e que houve reação nos mercados brasileiro e mundial. Também não será a última.
Enquanto a Euro-asia fornecer palco para disputas por poder político a Presidentes autocráticos, as atitudes desses Presidentes deixarão rastros de incerteza e insegurança – rapidamente captadas pelas Bolsas de Valores de todos os países.

Isto porque, independentemente do tipo de economia que esses autocratas querem, a economia mundial está globalizada. Assim sendo, o que acontece em uma, afeta a outra.

O preço por se seguir a linha anacrônica de governo autocrático chega para as economias em termos de queda de volume de comércio, e aumento de custo para produzir.
Padrão que não combina com economias internacionalizadas – predominantemente repúblicas democráticas.

Neste momento, estão todos, Brasil inclusive, aguardado o desfecho do conflito geopolítico entre Ucrânia e Rússia, que disputam a Crimeia – uma república autônoma da Ucrânia – para decidir como reagir ao cenário.

O impacto que esse conflito pode gerar é o aumento de preço das commodities que são fontes de energia – petróleo, gás, uranio, por exemplo – que refletirá, inclusive na taxa de inflação.

A Euro-asia ainda não encontrou uma forma diplomática para resolver suas diferenças. Seu diálogo é sempre o bélico. Esse vício comportamental-institucional que há séculos coloca a região sempre sob disputas autárquicas, com metas de poder unilateral de decisão nas mãos dos seus ditos Presidente; e pouca transparência nas transações; faz com que as diferenças sejam resolvidas à bala; causando mortes e polarizando opiniões.

Infelizmente, este padrão de disputa não é exclusividade da Euro-asia. Está também no Oriente Médio; cujas repúblicas autárquicas, também têm abundantes reservas de fontes de energia, monopolizadas pelos seus ditos Presidentes, que as usam para atazanar a vida dos Estados republicanos e democráticos.

O atual embate entre Ucrânia e Rússia, é mais um dos episódios da geopolítica mundial. A alegação do Presidente Putin de que a anexação da Ucrânia à Rússia é para preservar suas identidades históricas é subterfúgio para conseguir seu verdadeiro objetivo com a anexação: acesso às rotas de comércio internacional que a Ucrânia lhe permitirá; e impedir que a Ucrânia entre para a União Europeia.

O discurso dos laços históricos é mero argumento para dissimular seu interesse político-financeiro ao acesso às rotas de comércio internacional que a anexação lhe conferirá; e no impedimento de a Ucrânia entrar para a União Europeia.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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