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domingo, 28 abril, 2024

Juros do rotativo mudam a partir desta terça

Cobrança no cartão não pode passar de 100% da dívida. Veja como isso pode afetar os capixabas.

Por Gustavo Costa

Com o fim do prazo de 90 dias dado pelo Banco Central para que as instituições financeiras dessem a sua contribuição sobre o debate de um novo modelo para o rotativo do cartão de crédito, os juros da dívida do rotativo e da fatura parcelada passam a ser limitados a 100% da dívida a partir desta terça-feira (2).

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Definido pela lei do Programa Desenrola, sancionada em outubro, o teto foi regulamentado no fim de dezembro pelo Conselho Monetário Nacional (CMN, formado por ministros de Estado e pelo presidente do Banco Central).

A regra agora é que o valor total cobrado pelos bancos em juros no cartão de crédito rotativo não poderá exceder o valor original da dívida. Ou seja, se uma compra de R$ 1.000 for feita no cartão, por exemplo, a dívida total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá ser maior que R$ 2.000. Antes, se uma pessoa fazia e não pagava uma dívida de R$ 1 mil no cartão de crédito, estava sujeita a aproximadamente 450% de juros no ano.

Como afeta os capixabas

E qual deve ser a ação dos clientes – e dos bancos – nesse cenário? Para o head de Relacionamento dos Comitês Qualificados de Conteúdo (CQC’s) Gabriel Meira, o que precisa ser pensado é que os bancos não entram para perder e poderá haver dificuldade para devedores conseguirem ter acesso a novos cartões. “Se você limita os bancos a cobrar os juros do cliente, que é inadimplente, ele invariavelmente vai achar outras formas de contornar isso, para não haver mais perdas. Então, quando ele limita isso, acho que o primeiro passo vai ser começar a cancelar o cartão de crédito de quem é devedor. A partir do momento que a pessoa entra no rotativo, o banco agora pode simplesmente cancelar o cartão até ele terminar de pagar a dívida. E isso invariavelmente é uma barreira de entrada para novas pessoas”, falou.

Para o capixaba, hoje com open banking tudo é interligado e o banco tem uma noção do score de crédito de seus clientes. “Ele simplesmente vai começar a não emitir o cartão de crédito para essas pessoas, para esses devedores. Possivelmente vai se tornar mais difícil tá o brasileiro devedor vai começar a ter mais dificuldade de acesso ao cartão de crédito exatamente porque agora o banco não pode cobrar uma taxa de juros maior dele”, explicou ele.

Para Sara Maiza, consultora e estrategista em finanças, o ponto dos juros cobrados não poderem ultrapassar o valor original da dívida, apresentam duas vertentes. “Vai ser muito bom em relação à taxa de juros que as pessoas pagam. Porém, é importante a população ficar atenta em relação à questão do limite que cada um tem no seu cartão de que vai continuar impactando. Então, em termos de valores, sim, vai ficar melhor, vai ficar mais leve, mas o ponto principal está na relação das pessoas com o dinheiro” falou ela.

Sobre as dicas para evitar se enrolar com cartão de crédito, o primeiro ponto que Maiza dá como dica é definir qual é o seu padrão de vida com base no que você recebe hoje. “Seja você funcionário ou empresário. Em cima disso, estabelecer essa questão de como utilizar o cartão de crédito, porque o grande problema não é o cartão de crédito em si, e sim a forma com que as pessoas utilizam: às vezes pegando limites muito acima do que podem e depois não conseguem arcar com isso. Então ter organização, planejamento financeiro, seja uma planilha, um sistema, na agenda, vai ajudar bastante, porque aí você consegue direcionar melhor os seus recursos e ter mais previsibilidade ao longo do ano, finalizou.

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