O índice foi puxado para baixo, principalmente, por conta dos preços de alguns alimentos e dos combustíveis.
Por Cristiano Stefenoni
O IBGE divulgou na manhã desta terça-feira (11) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de junho. Os números apontam que a inflação oficial caiu 0,08%, ficando 0,31 ponto percentual abaixo da taxa de 0,23% registrada em maio.
De acordo com o órgão, essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi de -0,23%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação havia sido de 0,67%.
“Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica André Almeida, analista da pesquisa.
Os dados do IPCA revelam ainda quais os produtos foram os responsáveis por essa queda na inflação: alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), artigos de residência (-0,42%) e comunicação (-0,14%). Por outro lado, apresentaram alta habitação (0,69%), educação (0,06%) e despesas pessoais (0,36%).
Sobre os produtos que tiveram maior queda estão: óleo de soja (-8,96%), frutas (-3,38%), leite longa vida (-2,68%) e carnes (-2,10%). E os que tiveram alta foram alimentação fora do domicílio (0,46%) lanche (0,68%) e refeição (0,35%).
“Nos últimos meses, os preços dos grãos, como a soja, caíram. Isso impactou diretamente o preço do óleo de soja e indiretamente os preços das carnes e do leite, por exemplo. Essas commodities são insumos para a ração animal, e um preço mais baixo contribui para reduzir os custos de produção. No caso do leite, há também uma maior oferta no mercado”, explica Almeida.
Destaca-se, ainda, o resultado de combustíveis (-1,85%), com as quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.
“Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda. Além disso, a gasolina, é o subitem de maior peso individual no IPCA, com 4,84%. A queda na gasolina, esse mês, teve um impacto de -0,06 p.p.”, destaca o analista.
A energia elétrica residencial também impactou diretamente a alta (1,43%), seguida pela taxa de água e esgoto (1,69%). Por outro lado, houve queda nos preços de gás encanado (-0,04%), devido a reduções tarifárias, e do gás de botijão (-3,82%).
Destaca-se, ainda, o resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,11%), influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente de reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
INPC tem queda de 0,10% em junho
Também hoje foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que teve queda de 0,10% em junho. Em maio, o índice havia registrado aumento de 0,36%. No ano, o INPC acumula alta de 2,69% e, nos últimos 12 meses, de 3,00%, abaixo dos 3,74% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,62%.