A Fapes lançou uma chamada pública inédita para criar ponte entre a universidade e as demandas de empresas e governos
Há décadas o desafio de aproximar a universidade das demandas do setor privado já é tratado como primordial para o desenvolvimento econômico e, por isso, recorreu-se intensamente à ciência para resolver algumas dessas questões. Mas, quando o assunto é fazer “o meio de campo” entre o setor público e as pesquisas, a situação é mais delicada.
Historicamente, registramos um obstáculo nesse contato, mas, o que se observa, na prática, é a necessidade de alinhar as forças desses setores para alavancar os avanços científicos e tecnológicos.
Para promover essa sinergia, uma parceria da Secretaria de Estado de Planejamento com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) garantiu o lançamento do edital Gestão e Competitividade para apoio a pesquisas de inovação voltadas ao desenvolvimento da indústria capixaba, para aumentar sua produtividade, e à melhoria da administração pública.
“Convivemos com inteligência artificial, machine learning, nanotecnologia, bigdata, blockchain, internet das coisas, enfim, uma lista extensa de possibilidades que chegariam para revolucionar o funcionamento da máquina pública e também da produção industrial.”
A chamada pública é uma iniciativa pioneira no Brasil no fomento a estudos de inovação para a gestão pública. Vamos destinar R$ 1,2 milhão para instituições, sejam elas públicas ou privadas, para buscar soluções e tornar serviços estatais ainda mais eficientes, ágeis e inteligentes.
Já existem várias experiências pelo mundo afora, mas ainda há muito a ser estudado dentro desses temas e o Espírito Santo vai sair na frente no desenvolvimento e na aplicação dessas inovações. O serviço público precisa avançar nessa direção.
Convivemos com inteligência artificial, machine learning, nanotecnologia, bigdata, blockchain, internet das coisas, enfim, uma lista extensa de possibilidades que chegariam para revolucionar o funcionamento da máquina pública e também da produção industrial.
Inclusive, como citamos em nosso edital disponível no site da Fapes, segundo o estudo “How Artificial Intelligence Could Transform Government”, publicado em 2017, a aplicação de tecnologias pode gerar uma economia de até US$ 41,1 bilhões por ano na administração pública em todo o planeta, com uma redução de até 1,2 bilhão de horas de trabalho.
Então, assumimos a missão de apoiar uma maior complementaridade e um trabalho em conjunto mais efetivo entre a academia e os setores produtivo e governamental para criar um ecossistema integrado que facilite e estimule a pesquisa e a inovação para resolver os problemas encontrados.
José Antonio Bof Buffon é diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), economista e professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)