Investimentos de grandes empresas e exportação de café foram destaques.
Por Gustavo Costa
Com variados segmentos e áreas de atuação, a indústria de alimentos e bebidas move o Espírito Santo movimenta a economia capixaba. O Estado possui cerca de nove mil empresas no setor agroalimentar, das quais 1.036 atuam na indústria (446 associadas aos sindicatos). 94,4% são micro e pequenas empresas que empregam até 19 funcionários e apenas 0,1%, ou seja, 10 empresas em números totais, é de grande porte. A informação é do Instituto de Desenvolvimento do Espírito Santo (Ideies).
A Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas da Findes abriga 10 sindicatos, indo da panificação ao café, passando por laticínios e sorvetes. Para o seu presidente, Vladimir Rossi, o setor enfrentou obstáculos em 2023, sobretudo aquelas empresas com produtos de maior valor agregado.
“Tivemos um ano buscando equilíbrio. As vendas se mantiveram, mas para quem vende alimentos com um valor mais alto – como, por exemplo, carne, que perdeu as exportações, foi mais complicado. A queda se confirmou principalmente para quem exporta. Já quem trabalha com produtos de valor agregado baixo, como ovos, continua com um volume de vendas considerável”, disse ele. Segundo Rossi, atualmente um desafio é estar pronto para lidar com as demandas caso aconteça um aumento no volume de vendas.
Destaques do ano
Um dos destaques de 2023 do setor foi o café solúvel, que vem apresentando um forte crescimento. Só nos primeiros cinco meses a saída foi 47,7% maior em comparação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, o Estado produziu entre janeiro e maio deste ano 5,4 milhões de quilos, resultando em US$ 42,4 milhões. O café solúvel capixaba já contabiliza 42 países compradores. A Indonésia, com 37%, e os Estados Unidos, com 30%, são os principais destinos.
E por falar em café, o mês de novembro foi celebração para o setor cafeeiro, com mais de 844 mil sacas exportadas. Foi o quarto melhor de embarques da história das exportações pelo porto de Vitória.
Segundo o secretário executivo do CCCV, Gleysandro Rodrigues, o resultado é explicado pela trajetória ascendente que já vinha sendo observada desde julho. “Destaca-se, particularmente, o café conilon, que, só no último mês, alcançou um volume de embarques superior à soma dos registros dos seis primeiros meses de 2023. Especificamente, foram exportadas 743 mil sacas de conilon em novembro, comparadas às 620 mil sacas durante todo o primeiro semestre deste ano”, falou.
Em outra importante área, a Chocolates Garoto anunciou seus planos de investimento. O aporte de R$ 430 milhões para o biênio de 2023/2024 é quase o dobro do que foi realizado no período de 2021 a 2022. A ideia é modernizar a planta industrial localizada em Vila Velha, que hoje já é a maior da América Latina, adequando-a aos conceitos de indústria 4.0, tão importante no mercado atual.
2023 foi o ano que o setor reagiu e permanece gerando emprego e renda, unindo sabor e qualidade para fidelizar novos clientes.
