O evento contou com a participação do vice-presidente, Geraldo Alckmin, do governador, Renato Casagrande, além de prefeitos, deputados, representantes do poder judiciário e empresários.
Por Cristiano Stefenoni
Os 65 anos da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) foram celebrados na manhã desta quinta-feira (27), em um evento realizado no Ilha Buffet, em Vitória. A solenidade contou com a participação do vice-presidente e também ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, Geraldo Alckmin, além do governador do Estado, Renato Casagrande, e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Também estiveram presentes o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe, além de alguns prefeitos da Grande Vitória e do interior do Estado, deputados federais e estaduais, representantes do poder judiciário, ex-presidentes da Findes e empresários de vários setores.
Além de falar do crescimento do setor industrial no Espírito Santo e sua importância para o Brasil, a presidente da Findes, Cris Samorini, aproveitou a ocasião para cobrar das autoridades públicas presentes, celeridade na aprovação das reformas necessárias para tornar as empresas mais competitivas.
“Precisamos da reforma tributária, temos a missão de dar celeridade a isso. Não é só para beneficiar a indústria, mas sim porque ela potencializa o crescimento como um todo. O Espírito Santo é pequeno no tamanho, mas uma potência industrial”, ressalta Samorini.
Já o governador de Minas, Romeu Zema, fez questão de enfatizar a parceria que o estado mineiro tem com o capixaba e ressaltou que ambos são impactados pelas atividades industriais e comerciais que exercem.
“Os portos capixabas são os maiores exportadores dos produtos mineiros. Quando a indústria de Minas vai bem, acaba refletindo no Espírito Santo, gerando emprego e turismo, por exemplo. Por isso precisamos dar importância às nossas estradas que conectam os dois estados, no caso da BR262, que é de fundamental importância que esteja em condições satisfatórias”, afirma Zema.
O governador do Estado, Renato Casagrande, ressaltou que não existe país soberano sem uma indústria forte. “A indústria é a mãe e o pai de todas as outras atividades econômicas. E para ser eficiente, ela precisa de inovação, formação profissional e fazer a transição energética para chegarmos a neutralidade na emissão de carbono”, explica Casagrande.
O governador lembrou ainda que o estado capixaba tem vocação para o comércio internacional e que todas as medidas estão sendo tomadas para fortalecer isso. “Nosso Estado tem uma cultura de gestão fiscal, onde tiramos nota máxima em relação ao país. Além disso é o único a ter um Fundo Soberano com receitas provenientes dos recursos de petróleo. E ainda há bilhões sendo investidos em infraestrutura”, pontua o governador.
Alckmin é homenageado e comenta números positivos do país
Antes de iniciar a sua fala, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, foi homenageado com o troféu “Amigo da Indústria”, produzido pelo artista plástico capixaba Penitência e concedido pela Findes pelo trabalho realizado como ministro do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços. Ele também recebeu das mãos do governador Casagrande uma caixa contendo cafés especiais produzidos no Estado.
O vice-presidente ainda chamou a atenção para os números positivos da economia do país e como isso impactará os próximos investimentos e o desenvolvimento da indústria.
“O câmbio está competitivo, os juros estão altos mas há expectativa que vá cair por conta da aprovação do Arcabouço Fiscal, que permitirá segurança sobre o PIB. Ano que vem há previsão de déficit e, em 2025, superávit primário. Com isso haverá redução dos juros e a economia crescerá”, justifica o vice-presidente.
Assinatura para criação da ZPE
Além de elogiar o Fundo Soberano como uma forma de pensar a gestão a curto, médio e longo prazo, Alckmin ressaltou a primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) privada do Brasil, localizada em Aracruz, cuja assinatura da resolução que autoriza sua criação foi realizada nesta manhã, no Palácio Anchieta, juntamente com o governador Renato Casagrande e o prefeito de Aracruz, Luiz Carlos Coutinho.
“Assinamos a autorização da primeira ZPE privada do país. Você vai ter um grande polo para agregar valor e exportar produtos, como rochas ornamentais”, afirma Alckmin.
Investimentos e desburocratização
O vice-presidente aproveitou a ocasião para falar em investimentos que deverão ajudar, e muito, o setor industrial, que vão desde a melhoria em logística com as reformas da BR 101 e BR 262, até a exportação.
“A primeira exportação de Lítio, o ouro branco, será pelo Porto de Vitória. É importante melhorar a logística, reduzir o custo-Brasil, termos boas rodovias e ferrovias é fundamental. Esses investimentos estarão incluídos no PAC3”, afirma.
Alckmin falou ainda das estratégias para melhorar ainda mais o setor industrial brasileiro.
“Também estamos desburocratizando as importações e exportações, investiremos R$ 5 bilhões por ano em inovação, pesquisa e digitalização por meio do BNDES. A indústria precisa ser modernizada, termos novas máquinas e equipamentos. A ideia é fazer uma depreciação acelerada, assim a empresa poderia utilizar esse incentivo fiscal para renovar o parque industrial”, explica.
Construção Civil deve ser beneficiada por obras do Governo
Com a construção civil em queda no país, o vice-presidente respondeu a uma pergunta da ES Brasil sobre como recuperar o setor. Ele explica que grande parte dessa queda se deve aos juros altos que impactaram diretamente nos custos das obras.
“A construção civil é a mais impactada pelos juros altos. E tem espaço para baixar os juros. A inflação em 3,1% dá para reduzir enormemente a taxa de juros. Daí a construção civil sobe. A outra (medida) é que o governo retomou o Minha Casa Minha Vida. A meta são dois milhões de moradias contratadas nesses quatro anos. Não só moradia, mas saneamento básico e infraestrutura. O que gera mais empregos é a indústria da construção”, finaliza Alckmin.
Sobre a Findes
A Findes foi criada em 29 de julho de 1958 com o objetivo de promover o desenvolvimento do setor industrial em um cenário em que as atividades industriais ainda tinham pouca relevância no Estado. O fundador e primeiro presidente da Federação foi Américo Buaiz.
Na década de 50, a Federação contava com cinco sindicatos patronais. Hoje, já são 38 representando as mais de 16 mil indústrias de diferentes segmentos industriais presentes no Espírito Santo. Fazem parte do Sistema Findes o Sesi ES, Senai ES, IEL-ES, Cindes e o Observatório da Indústria.