Aluguel mais alto que parcela de financiamento tem feito a estratégia dar certo para quem estuda o mercado.

Por Gustavo Costa

Um investimento que sempre vale à pena ficar de olho, os imóveis têm um grande potencial de criar e aumentar a patrimônio de quem se dispõe a analisar o mercado e fazer aquisições pontuais.

Se bem localizado, um imóvel, seja uma casa, apartamento ou mesmo terreno consegue dar um retorno quase imediato, pagando a si mesmo no processo.

É o que aconteceu com a engenheira Fabiana Rodrigues. Após ler um conhecido best-seller da área de finanças de um autor americano, ela teve a ideia de replicar a estratégia na Grande Vitória. “Notei que ao contrário de outras capitais, os imóveis em Vitória e da área metropolitana tem o valor bem acessível. E tendo o dinheiro da entrada, 20% do total do valor do imóvel, era possível financiar casa ou apartamento. O melhor é que fazendo muita pesquisa, percebi que em boa parte dos casos, a parcela do financiamento ficava menor que o aluguel no mesmo prédio ou condomínio. Logo, era só uma questão de ter o dinheiro da entrada para lá na frente ter um imóvel quitado”, contou.

O primeiro imóvel foi uma casa em condomínio fechado na Serra. Após dar R$ 30 mil de entrada, ela financiou o restante junto ao banco. As parcelas do financiamento, na tabela Price (modalidade em que parcelas têm valor constante durante todo o período em que o bem é financiado) ficaram por volta de R$ 800. E o aluguel, no mesmo condomínio, está  R$ 1.300 e subindo. Então, o aluguel não apenas paga a mensalidade, como o condomínio.

Como a experiência deu certo – e a renda da engenheira comporta mais financiamentos, algo para sempre se informar ao fazer o financiamento – logo ela repetiu, com resultados ainda melhores, a estratégia de dar entrada, financiar e deixar que o aluguel vá quitando os imóveis e aumentando o patrimônio. “Ficando sempre de olho, você vê oportunidades incríveis surgindo. Imóveis com valores ótimos, precisando ser vendidos com urgência. E pode ser só questão de você ter o valor da entrada para investir, e não do imóvel inteiro. Apartamento que custa R$ 500 mil saindo pela metade do preço, é preciso pesquisar”, contou ela.  

Localização e estudo são as chaves dos investidores

Para o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon), Leandro Rangel Lorenzon, a estratégia dá certo para quem fica atento às boas oportunidades imobiliárias. Localização é a chave. “É uma modalidade possível de ser feita: você adquirir o imóvel e conseguir locá-lo. O valor dessa parcela ficando inferior ao valor do aluguel que você recebe, e o condomínio em si, que normalmente quem paga já é o próprio inquilino. Conseguindo esse equilíbrio, você tem um negócio autossustentável. Você colocou os 20% de entrada, depois não coloca nada. E no longo prazo, terminando o financiamento, você ficou dono daquele bem e aí, de fato, constrói um patrimônio.  Nada impede de ser feito, é totalmente legal”, explicou ele.

Um imóvel perto da praia, por exemplo, pode render não apenas aluguel convencional, um valor fixo mensal, mas altos ganhos em sites de hospedagem, o que faz o imóvel financiado se pagar ainda mais rápido. “Tudo é uma questão de você achar uma oportunidade, achar um imóvel mais barato, que vai dar uma parcela mais baixa.  Conseguir também uma taxa de juros mais barata, às vezes financiando no longo prazo, que também consegue abaixar o valor da parcela, para que fique inferior ao valor do aluguel. Então, é jogar as peças. O jogo de xadrez aí. Para que isso encaixe, vai aí de cada um ter a sagacidade de buscar essas oportunidades e efetivar o seu planejamento” falou ele.

Para conseguir sempre imóveis com boa localização – e que por consequência terão sempre grande procura e baixa vacância – o investidor dessa estratégia precisa destinar parte do seu tempo para analisar sempre as oportunidades de imóveis em sites e imobiliárias. Fazendo bem o dever de casa, 15 ou 20 anos no futuro poderão reservar um patrimônio grande consolidado.