Estatísticas do Banco Mundial para a Economia Brasileira

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Projeções para 2023 indicam recessão mundial – e esse cenário será um dificultador adicional para a retomada da atividade econômica brasileira

Por Arilda Teixeira

Apontam para baixas taxas de crescimento e sugerem reformas estruturais para revertê-las. Sútil recado para formuladores da política econômica brasileira. Sugere atenção para o cenário que interage com a condução dessa Política – presença predominante da comunicação eletrônica pelos agentes econômicos, ainda despreparados para processá-la. Correção dos gaps deixados pelos vieses administrativos da legislação 2019-2022 – O Chefe do Executivo era um indivíduo, mal-intencionado e despreparado para o cargo; e o Ministro da Fazenda decidia os rumos da Política Fiscal pelo critério binário das operações de mercado aberto – comprado ou vendido.

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Essa aventura, sancionada pelo non-sense Chefe do Poder Executivo, viabilizou o descumprimento do teto dos gastos – jogou para escanteio a responsabilidade fiscal – e postergou a execução de projetos estruturais que corrigiriam os entraves ao crescimento/desenvolvimento da economia. Nesse cenário, para essa dupla, a pandemia da COVID-19, e a agenda de mudanças estruturais eram apenas um detalhe…

Os efeitos das sucessivas decisões equivocadas que essa dupla protagonizou, estão nas recentes estatísticas do Banco Mundial: mantiveram-se baixas as taxas de crescimento médio anual do PIB per capita brasileiro 0,53%; e o volume de investimento em proporção do PIB, 1,88%. Nos países do Leste/Sudeste Asiático, essa taxa foi 3,85%; nos países de renda média 4,03%; e nos países da OCDE 1,4%. 

Entre 2010 e 2021, o Brasil investiu, em infraestrutura, em média, valor equivalente a 2,0% do PIB. Esse investimento nos países do Leste/Sudeste Asiático foi, em média, 3,85%. E nos países de renda média, 4,03%. 

Essas taxas preocupam porque as projeções para 2023 indicam recessão mundial – que reduzirá a taxa de investimento e de crescimento. Confirmando-se, esse cenário será um dificultador adicional para a retomada da atividade econômica brasileira, que ainda não definiu sua rota de crescimento sustentável.

O Banco Mundial sugere que o Brasil faça reformas estruturais que impulsionem a produtividade; cumpra as metas de equilíbrio fiscal; amplie adoção de medidas de inclusão social e desenvolvimento sustentável. 

Sugestão correta que para ser implementada, precisa combinar com os Russos – os çábios executores das Políticas de Estado do País. É aí que mora o perigo.

Os quesitos indicados pelo Banco não se encaixam nos vai-e-vem da Administração Pública brasileira. Ela está longe de alcançá-los – principalmente quando comparados com os seus pares dos mercados externos.

O Brasil precisa de políticas econômicas que levem ao crescimento equitativo; aparato regulatório que sinalize as oportunidades de negócios; estrutura institucional direcionada para necessidades coletivas; Sistema de Ensino que gere Capital Humano; infraestrutura; e abertura comercial (com redução tarifária – o Brasil, dentre os países em desenvolvimento, é o que cobra as maiores tarifas aduaneiras); para que tenha fôlego para liderar o grupo de defesa da economia verde e sustentável.

Sem perder de vista as ameaças da janela demográfica – redução da taxa de natividade, concomitante ao aumento da expectativa de vida, aumentando o custo do Sistema de Previdência Social. Mais um desafio. 

Arilda Teixeira é doutora em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Economia pela Universidade Federal Fluminense. Coordenadora dos cursos de Gestão Estratégica de Negócios e de Gerenciamento de Projetos, da Pós-Graduação da Fucape Business School. É coordenadora do Projeto PIBIC FUCAPE.