Última atualização da Secretaria Saúde contabiliza 128 notificações de suspeita, sendo que três casos ainda estão sendo investigados
Por Rafael Goulart
A Secretaria de Saúde do Espírito Santo tem registrado até agora 128 notificações de suspeita de gripe aviária em humanos, sendo que 125 casos já foram descartados, ou seja, os exames laboratoriais deram negativo para a doença.
Ainda há três casos sob investigação. É tratado como suspeito, os casos em que o paciente apresenta sintomas e quadro clínico compatível com a doença e que esteve em locais onde há foco de contaminação.
Já a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) confirmou o primeiro caso de infecção por H5N1 em aves de criação no Espírito Santo.
Para conter a disseminação da doença, a Secretaria realizou a eutanásia das aves presentes na propriedade, entre galinha, pato, ganso e marreco, e a desinfecção das instalações por uma equipe do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).
Histórico em humanos
Mesmo circulando há décadas pelos ares – de carona em hospedeiros que fazem grandes ciclos migratórios – só há cerca de 600 registros de casos confirmados de humanos infectados pelo H5N1 em todo o mundo.
“Os casos em humanos são raros, mas podem acontecer e também podem ser fatais. Felizmente, a transmissão entre humanos, embora possa acontecer, não é sustentada (ou, não é eficiente e não espalha rápido”, explicou de forma didática a médica infectologista Luana Araújo que tem mais de 300 mil seguidores no Instagram (@drluanaaraujo).
O problema, é que mesmo com o baixo poder de contágio, o H5N1 Ttem alta patogenicidade, ou seja, ela tem é eficiente em vencer as defesas imunológicas e causar sintomas de intensidade grave. Mais da metade dos infectados não sobreviveu.
Vacina
O receio das autoridades de saúde é que o H5N1 encontre uma mutação que melhore o mecanismo de contágio em humanos.
“Especialistas do instituto e de outras organizações de saúde brasileiras e mundiais já vislumbram essa possibilidade, pela recente disseminação de influenza aviária mundo afora, sobretudo o subtipo H5N1, que vem dizimando aves e tem uma taxa de letalidade de 50% em humanos”, divulgou o Instituo.
O Instituto Butantan iniciou em janeiro o processo de desenvolvimento de uma possível vacina contra a gripe aviária em humanos, e agora, em maio, já tem o primeiro lote piloto pronto para testes pré-clínicos.
