Estado teve redução de 65% nos casos de latrocínio, mas uma piora nos crimes de racismo e equiparáveis
Por Rafael Goulart
O Anuário Brasileiro da Segurança Pública 2023 foi divulgado nesta quinta-feira (20) e revelou que o Espírito Santo apresentou melhoras nos índices gerais de mortes violentas, mas também apresentou piora em alguns pontos específicos.
Uma das marcas positivas é a queda no total de homicídios – 1.003 em 2022 contra 1.066 no anterior. O número de latrocínios também caiu de 43 para 28, uma redução de 65%.
Na contramão dessas melhoras, o estado registrou um aumento de 350% nos homicídios contra pessoas da comunidade Lgbtqi+. Foram duas em 2021 e nove vítimas em 2022.
Vulneráveis
Também houve um crescimento significativo, seguindo a tendência nacional, nos crimes de violência sexual. Para piorar, a maioria das vítimas são vulneráveis, como crianças, idosos e deficientes.
No Espírito Santo, foram registrados 1.259 casos de estupro de vulneráveis, um aumento de 13,6% em relação ao ano anterior.
A maior parte dos crimes acontecem na residência da vítima, com uma incidência de 71,6% dos casos quando a vítima é criança, idoso ou deficiente.
Racismo
O que não mudou muito foi o perfil das vítimas de mortes violentas. Mais de 76% das vítimas de mortes violentas em 2022 eram negras ou pardas.
Além disso, o Espírito Santo apresentou uma taxa de racismo duas vezes maior que a média nacional e ocupa a quinta posição de unidade federativa com mais alto índice de racismo.
No Brasil, houve um aumento de 67% na taxa de racismo, isso é, a quantidade de casos a cada 100 mil habitantes. Enquanto a média nacional é de 1,66, Rondônia registrou 5,8; Amapá 5,2; Sergipe 4,8; Acre 3,3; Espírito Santo 3,1 casos a cada 100 mil habitantes.
“Infelizmente o racismo, de um modo geral, é um crime se repete diariamente, de forma constante. Todos sabem o que é o racismo. Então, trata-se de uma cultura que as pessoas insistem em reproduzir. Cabe ao Poder Público punir, haja vista que está claro que as políticas protetivas e inclusivas não surtem qualquer efeito nesses agressores”, explicou Flávio Fabiano, especialista em direito criminal.