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quarta-feira, 8 maio, 2024

Princesa guerreira heroína do Queimado é assunto de livros

História de Aisha Keto é tema de romances históricos e  livro lançado na Flipiu neste mês

Por Mariah Friedrich

O livro “A Mulher Heroína do Queimado, Aisha Keto Korowe Detokumbo, Benedita Torreão, Princesa que veio de além-mar”, do escritor capixaba Clério Borges, traz uma história pouco conhecida sobre uma heroína da Insurreição de Queimado citada em uma carta do presidente da província na época da revolta, José Inácio Ascioli de Vasconcelos. 

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A princesa nagô capturada na África para ser escravizada no Espírito Santo foi redescoberta no início de 1980 pelo escritor João Felício dos Santos, autor do romance Chica da Silva, quando esteve no Estado e conheceu a história do movimento de Queimado por meio do historiador capixaba Guilherme Santos Neves. 

Conforme relata Clério Borges, que pesquisou por quase cinco anos sobre o assunto, o documento apresentado a João Felício por Santos Neves relatava que depois de negros terem invadido a Igreja São José do Queimado, em 19 de março de 1849, foram presos alguns deles na estrada para Aruaba, e entre os homens havia esta mulher que se tornou heroína do romance publicado em 1984. Em 1999, Guilherme Santos Neves publica o romance histórico “O Tempo e a Forca”, em que também fala sobre Aisha Keto.

“Até então, quando se falava da revolta, só se lembrava dos homens, Prego, que tem uma estátua lá na Sede da Serra. Você só vê falar em João da Viúva, Elisiário, o inteligente chefe da insurreição. Então eu pensei que era preciso saber mais sobre Benedita Torreão, a nossa Sebastiana do Queimado. Eu fui pesquisar e descobri que ela veio de Salvador, na Bahia, o nome dos proprietários dos navios negreiros e de onde essas pessoas vieram, que foi de uma costa de mina, na África. Na Bahia, Aisha Keto era uma menina quando foi comprada por Inácio Torreão, que a trouxe para o Espírito Santo e rebatizou”, conta Clério 

O autor enfatiza que a ideia de publicar o livro tem o intuito de valorizar a mulher, queremos valorizar essa princesa nagô, citada apenas como uma mulher. O trabalho foi lançado na Festa Literária de Piúma (FliPiu), que aconteceu na última semana.

 

 

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