Foi criada uma rede apoiada por diversas instituições capixabas para melhorar as condições da mulher no mercado de trabalho
Por Amanda Amaral
Para ampliar a oferta de trabalho e melhorar as condições de remuneração e qualidade de vida das mulheres, foi criada a Rede Capixaba Mulher e Trabalho. No dia 22 de março, será assinado um Termo de Compromisso entre várias instituições com o intuito de formalizar a iniciativa.
No documento, também serão definidos os comitês, as equipes de trabalho e o calendário anual do projeto. A iniciativa é da Superintendência Regional do Trabalho no Espírito Santo (SRT/ES) que criou o projeto, na segunda-feira (27), com objetivo de gerar oportunidades, ações e projetos voltados para as mulheres no mercado.
A iniciativa já conta com a parceria e participação efetiva de diversas instituições públicas e privadas, entre elas: Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ES); Tribunal Regional do Trabalho (TRT/ES); Ministério Público do Trabalho (MPT/ES); Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes); Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes); Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio/ES); e das Centrais Sindicais de Trabalhadores.
Também participam o Governo do Estado, prefeituras, Câmara de Vereadores de Vitória, Sistema Nacional de Emprego (Sine), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e entidades do Sistema S como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac), e outras.
Fórum permanente
“O lançamento da Rede vai gerar um fórum permanente com uma agenda ampla para tratamento de questões relacionadas ao mercado de trabalho e relevantes para a mulher, a exemplo da inclusão com equidade, da qualificação profissional e do combate à violência”, explicou o superintendente Regional do Trabalho no Espírito Santo, Alcimar Candeias.
Outras questões indiretas que permeiam a vida da mulher nas relações de trabalho também deverão ser tratadas, assim como o número de creches e vagas ofertadas e as atuais condições das unidades de saúde.
“Em relação à inserção no mercado de trabalho, a Rede deverá propor mecanismos que ampliem as ofertas de trabalho para as mulheres, além de melhores condições remuneratórias e qualidade de vida. Para tanto, a Rede já conta com os Sines do estado e dos municípios da Grande Vitória e, com esta iniciativa, espera-se também que sejam fortalecidas as suas estruturas e o papel dessas instituições”, informou Candeias.
Qualificação profissional
No que se refere à qualificação profissional, o Sistema S, a Ufes e o Ifes também estão inseridos com o propósito de ampliação e aprimoramento das ofertas de ensino profissional e qualificação voltadas para a mulher. Outras instituições de ensino e qualificação profissional também deverão aderir à Rede.
A Ufes divulgou em seu site que contribuirá com projetos e pesquisas para a construção de uma agenda que vai tratar questões relacionadas à mulher e ao mercado de trabalho no Espírito Santo, como inclusão com equidade, qualificação profissional e combate à violência.
“A partir desta data vamos começar a nos reunir com pesquisadores da Universidade que desenvolvem trabalhos com esta temática para contribuir para a construção dessa agenda”, afirma a assessora de Relações Interinstitucionais da Ufes, Liliana Barros, que representou a Universidade na reunião de segunda-feira (27), juntamente com a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da Ufes (Naufes), Déborah Provetti.
Violência contra a mulher
Em relação ao combate à violência praticada contra a mulher no mercado de trabalho, a SRT/ES, o TRT/ES, o MPT/ES, a OAB/ES, as Centrais Sindicais, entre outros, já desenvolvem ações com essa finalidade. “A Rede deverá potencializar essas ações e também desenvolvê-las de forma interinstitucional, o que certamente ampliará os resultados e benefícios almejados”, frisou Candeias.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2019, houve crescimento da participação feminina no mercado de trabalho, contudo, ainda é bem menor que a masculina, e a remuneração das mulheres ainda é 22% inferior à dos homens. Essa diferença chega a 38% em cargos gerenciais. A pesquisa também evidenciou que ter filhos pequenos está entre as muitas barreiras enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. “A Rede Capixaba Mulher e Trabalho atuará fortemente para minimizar os efeitos dessa realidade vivida pelas mulheres no mercado de trabalho, no âmbito do Espírito Santo”, ressaltou Alcimar Candeias.