Para estimular mais a transformação digital em bares e restaurantes, o setor no ES promove ainda parcerias com startups
Por Amanda Amaral
O uso de softwares e ferramentas digitais aumentou em bares e restaurantes. Os empresários perceberam os benefícios de estarem plugados, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). No Espírito Santo, o setor segue a tendência.
O levantamento da Associação foi realizado com 1,5 mil empresários em todo o Brasil e mostra que 83% dos estabelecimentos usam hoje algum tipo de software para controlar as vendas.
Entre os pesquisados, 75% empregam ferramentas para o controle financeiro e 67% adotam soluções para o serviço de delivery. No entanto, ainda há espaço para crescimento em áreas como controle de reservas, aspectos jurídicos e segurança alimentar.
Quase a totalidade dos estabelecimentos (99%) possui presença em, pelo menos, uma rede social para fins de marketing e relacionamento com os clientes, de acordo com a pesquisa. As plataformas mais utilizadas são Instagram, WhatsApp e Facebook, nesta ordem.
Além disso, 35% dos estabelecimentos possuem seu próprio site. No entanto, apenas 69% dos estabelecimentos possuem o hábito de acompanhar e responder de forma personalizada às avaliações nas redes sociais. O tradicional e-mail ainda é uma ferramenta amplamente utilizada, com 34% dos estabelecimentos utilizando-o como meio de comunicação.
No Espírito Santo
Para Rodrigo Vervloet, presidente da seccional capixaba da Abrasel e do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), a inclusão de estratégias digitais nos negócios também aumentou no Espírito Santo.
“Essa tendência é seguida no Espírito Santo, sim. É uma evolução que vem acontecendo há algum tempo. Depois da pandemia, as pessoas passaram a se adequar cada vez mais e se adaptarem as tendências digitais. Se hoje o estabelecimento não tem uma plataforma digital, fica difícil se manter no mercado”, afirma.
Rodrigo Vervloet citou que a adoção de cardápios com QRCode é uma das novidades entre os bares e restaurantes no Estado. “Há várias estratégias sendo adotadas, mas depende do estabelecimento, primeiro é preciso verificar se viável a sua necessidade”, aplica.
O Sindbares e a seccional capixaba da Abrasel também incentivam a aproximação das empresas do setor com o ecossistema de inovação. “A gente sempre faz parcerias com as startups para ofertar condições melhores para os associados e os incentivar a utilizarem as inovações do mercado”, afirma.
Eficiência operacional
As estratégias digitais possibilitaram a adoção de serviços de delivery. Outro aspecto positivo, segundo a Abrasel, é que houve uma crescente adoção de softwares para controlar o fluxo de caixa, compras e pagamentos.
Para a divulgação da pesquisa, o líder de marketing da Abrasel, Daniel Borges, afirmou: “estes resultados demonstram a capacidade de adaptação e a busca constante por inovação do setor de bares e restaurantes, que tem se reinventado. A digitalização se tornou uma aliada essencial para a eficiência operacional, para o alcance de novos públicos e para o relacionamento com o cliente”.
Pandemia e inflação
Em 2022, tanto a Abrasel quanto o Sindibares expressam preocupação com os estabelecimentos que ainda possuíam dívidas e estavam acumulavam prejuízos seguidos, alegando problemas em decorrência da pandemia da Covid-19. A pesquisa da Abrasel, divulgada em maio, mostrou que 27% das empresas trabalharam com prejuízo em março. Outras 37% tiveram lucro e 36% ficaram estáveis (1% não respondeu/a empresa não existia em março).
“Sem duvida é um setor que ainda enfrenta muita dificuldade, não só por conta das consquências da pandemia, mas também por outros desafios como é o caso do preço dos alimentos. Estamos lutando para melhor servir a população, porque esse é nosso objetivo, mas é um setor que ainda está se levantando, buscando os pataramares de 2018 e 2019. É um setor que precisa de atenção, não só da população, mas também de um olhar mais atento do poder público”, disse Rodrigo Vervloet.
