Utilização consciente do mais precioso dos recursos gera economia para empresas de diversas áreas
Por Gustavo Costa
Esgotável e vital para a sobrevivência de todos os seres vivos, a água ganhou a sua data especial em 22 de março de 1992. A Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da Água para marcar os esforços de toda a comunidade internacional em ações que privilegiem a proteção dos recursos hídricos.
No cotidiano das empresas, o respeito ao meio ambiente e aos recursos hídricos já é algo de praxe. Seja através de engenhosos sistemas de reutilização ou simplesmente pelo incentivo sustentável, negócios de todas as áreas mostram empenho na conservação da água.
Na Viação Águia Branca, por exemplo, entre as ações implementadas está o sistema de reaproveitamento de água. Criada dentro da garagem da empresa, a iniciativa já economizou aproximadamente 13 milhões de litros reaproveitando a água coletada do ar-condicionado dos ônibus.
Toda a água do condensamento do sistema de climatização, que antes era descartada, passou a ser direciona para os reservatórios do limpador de para-brisas e do sanitário do veículo. A ideia partiu de um motorista da empresa, em 2013. Daquela primeira adaptação, o projeto ganhou força e dois anos depois todos os ônibus da frota já operavam com o mecanismo.
Além desse sistema, a empresa tem outras iniciativas para economia de água. A lavagem dos veículos e ambientes da garagem é feita com água captada da chuva. Os equipamentos de ar-condicionado da sede da Águia Branca também reutilizam água para lavar veículos leves e molhar plantas, gerando uma redução de 40% no consumo de água. A empresa reaproveita no total por ano 31,2 milhões de litros de água, o equivalente a 12 piscinas olímpicas.
No Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta-feira (22 de março), vale valorizar iniciativas que promovem a preservação desse bem tão indispensável e precioso. Bons exemplos merecem destaque.
Estação de Tratamento
Já a Viminas reaproveita 98% da água utilizada no processo industrial, graças a uma Estação de Tratamento de Efluentes. A água é reutilizada no processo produtivo e em atividades como limpeza da fábrica. Localizada na Serra, a empresa só usa água potável para consumo dos colaboradores e manutenção do restaurante e do setor administrativo. “Foi um passo importante dado pela Viminas há mais de uma década e que, hoje, contribui para nos deixar mais tranquilos, já que a orientação para a indústria e para a população em geral é reduzir o consumo de água”, explicou o diretor-presidente da Viminas, Rafael Ribeiro.
E por falar na Serra, a ArcelorMittal Tubarão doou em setembro do ano passado uma área de 11 mil m² para a Cesan, para a implantação de uma nova Estação de Produção de Água de Reúso (Epar), ou seja, um lugar apropriado para tratamento do esgoto sanitário e destinação da água de reúso para a indústria.
A estação terá capacidade de produzir um volume de água de reuso de 720 m³/h, o que equivale a 300 l/s. Segundo o acordo, o volume de água produzido a partir do tratamento de esgoto será adquirido pela ArcelorMittal e utilizado para fins industriais. A estação significa menos captação de água do Rio Santa Maria da Vitória. “Esses 300 litros por segundo dariam quase 3.800 piscinas olímpicas por ano que deixam de ir para natureza e passam a ter uma destinação nobre”, disse o diretor presidente da Cesan, Munir Abud. O contrato de fornecimento terá duração de 30 anos.
Acordo de fornecimento de água de reúso
Ainda em razão da data, a Cesan também assinou um acordo com a Vale e o Governo do Estado nesta sexta-feira (22). Assinado pelo governador do Estado, Renato Casagrande; pelo presidente da Cesan, Munir Abud; e pelo diretor da Vale, Rodrigo Ruggiero, o documento oficializa a realização de estudos para a viabilidade, em vários níveis, para o fornecimento de água de reúso para uso industrial na unidade de Tubarão.
O acordo funciona para a Cesan de forma semelhante com o firmado com a Arcelor. Orçado em R$ 2,24 bilhões, será o primeiro projeto de subconcessão de reúso no país. “É um marco importante para o Espírito Santo. Além de preservar a captação de água dos mananciais que, prioritariamente, para o consumo humano, essa parceria representa um avanço em direção à sustentabilidade ambiental e econômica”, explicou Abud.
