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quarta-feira, 4 DE dezembro DE 2024

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas

Mais de 120 alunos do 6º ao 9º ano do Sesi se desafiaram na criação de alternativas para questões hídricas

Por Robson Maia

No coração da educação contemporânea, onde a tecnologia e a sustentabilidade convergem, o Desafio ArcelorMittal de Robótica, realizado em parceria com as unidades de Jardim da Penha e Maruípe do colégio Sesi, se destaca como um bom exemplo de como a juventude pode moldar um futuro mais sustentável.

No último dia 19 de outubro, a segunda edição da competição reuniu mais de 120 alunos do 6º ao 9º ano, totalizando mais de 20 equipes, todas em torno de um só objetivo: encontrar soluções inovadoras para a gestão de recursos hídricos.

A Importância do Tema

A gestão eficiente da água é um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade atual. Com o crescimento populacional e as mudanças climáticas, a pressão sobre os recursos hídricos só aumenta. Nesse cenário, a educação pode ser uma ferramenta fundamental e uma alternativa no desenvolvimento de uma nova geração.

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Ao envolver os alunos nesse desafio, a ArcelorMittal escolheu não apenas promover a consciência ambiental, mas também incentivar a criatividade e o pensamento crítico, habilidades essenciais para a formação de cidadãos conscientes e preparados para enfrentar os desafios do futuro.

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
Bernardo Enne, gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal, disse que a proposta do desafio é formar cidadãos que carreguem valores da empresa, como a sustentabilidade. Foto: Willian Girelli/Next

“A ArcelorMittal acredita que essa juventude é capaz de transformar a sociedade. O Desafio de Robótica estimula o desenvolvimento de habilidades, além de abrir o nosso espaço para a elaboração de soluções para situações que estão presentes no cotidiano. A gente projeta que esses jovens sejam capazes de elaborarem soluções eficientes, mas a ideia é ir muito além disso: fomentar o interesse pela transformação”, destacou o gerente geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais da ArcelorMittal, Bernardo Enne.

O Desafio em Ação

O evento foi projetado para estimular a imaginação dos jovens. Durante quase dois meses, os alunos participantes do desafio alternaram a construção do projeto entre visitas à unidade Tubarão da ArcelorMittal, onde trocaram experiências com os profissionais da empresa, e mentorias com os chamados “anjos”. A Legotrix, The Walking Lego e Pocadores, equipes formadas por estudantes do 1° ao 3° ano do ensino médio e são destaques no circuito nacional e até internacional de robótica, “apadrinharam” as equipes durante o processo.

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
Alunos do Sesi receberam mentorias durante visitas à ArcelorMittal – Foto: Mosaico Imagem

A partir daí os alunos, divididos em equipes, se dedicaram ao desenvolvimento de soluções tecnológicas que poderiam realizar tarefas relacionadas à gestão e preservação da água. O professor de Robótica da unidade de ensino, Bruno de Castro, frisou a importância de desafios como este para o desenvolvimento de habilidades em situações do cotidiano.

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
Para o professor Bruno de Castro, desafios como este ajudam no desenvolvimento de habilidades em situações do cotidiano. Foto: Willian Girelli/Next

“Queremos que os alunos aprendam a aplicar a tecnologia na resolução de problemas reais, e a questão da água é fundamental no contexto atual”, afirmou o educador.

Os temas escolhidos pelas equipes variaram conforme a observação realizada pelos alunos durante as visitas. Desde a medição da efetividade na distribuição dos recursos hídricos, até mesmo a elaboração de um mecanismo inteligente capaz de identificar possíveis vazamentos na rede, os alunos despertaram a curiosidade dos presentes.

A equipe All Piece, devidamente trajada com acessórios característicos de um anime, elaborou um projeto de baixo custo para ser implementado em residências. O robô é capaz de identificar a qualidade da água recebida (com monitoramento de PH, índices de impurezas e até mesmo quantificar os elementos presentes) e informá-la ao consumidor por meio de um aplicativo simples.

Equipe All Piece apresentando seu projeto no Desafio de Robótica ArcelorMittal. Foto: William Girelli/Next
Equipe All Piece apresentando seu projeto no Desafio de Robótica ArcelorMittal. Foto: Willian Girelli/Next

A rede seria interligada ao sistema de abastecimento municipal, sendo possível realizar mapeamento de regiões e identificar as possíveis barreiras para o abastecimento e tratamento de dejetos em regiões distintas, conforme destaca o jovem Felipe Lino França, do 4° ano.

“Nossa equipe preferiu concentrar esforços em uma situação capaz de trazer um bom resultado e que não seja tão difícil para fazer funcionar. Foi muito legal poder fazer o trabalho com meus colegas e aprender coisas novas”, disse o estudante.

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
120 alunos dos Sesi Jardim da Penha e Maruípe participaram da iniciativa com apoio da ArcelorMittal. Foto: William Girelli/Next

A mentoria como diferencial

Um dos grandes diferenciais do desafio foi a mentoria oferecida por profissionais da ArcelorMittal. Engenheiros e especialistas em sustentabilidade compartilharam suas experiências, orientando os alunos em suas criações.

“As nossas visitas à ArcelorMittal foram muito importantes para conseguirmos desenvolver o nosso projeto. Nossa equipe conseguiu aprender com as pessoas que trabalham por lá sobre como pensar em uma ideia que seja viável e ao mesmo tempo inovadora”, destacou Felipe Lino.

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
Josefina Prezentino destaca que o desafio é um ótimo estímulo para os estudantes. Foto: Willian Girelli/Next

Para a gerente regional do Sesi Vitória, Josefina Prezentino, a chave do desafio é que os alunos se tornam líderes durante as etapas de desenvolvimento dos projetos. A educadora frisa o processo como parte fundamental do estímulo pedagógico.

“Projetos como esse não apenas demonstraram a capacidade técnica dos alunos, mas também sua consciência social e ambiental. As visitas servem como um estímulo, inspiração e mostram para esses alunos que o que é trabalhado dentro do desafio tem capacidade de se tornar algo viável para mudar o mundo”.

Papais entram na competição

No dia do evento, o clima era de expectativa misturado com entusiasmo. Não foram só os pequenos que entraram no clima da competição. Os papais dos estudantes também “participaram” do desafio, auxiliando os filhos durante o processo de elaboração do robô.

“É interessante porque acabou se tornando um desafio para nós [pais], também. Claro, não interferimos nas decisões deles [filhos], mas auxiliamos em quase tudo. Somos engenheiros e gostamos de ver como eles pensavam durante o processo criativo. Acabou sendo um estímulo para a gente e uma aproximação interessante entre as famílias”, destacou Cleidson, engenheiro civil e pai do Felipe.

Hora de apresentar. Robôs em ação!

O clima de empolgação ficava somente na área externa. Nas salas de apresentações, o tom era de seriedade e nervosismo. Os grupos foram avaliados por três especialistas da ArcelorMittal: Rafael Schaffeln Ximenes, analista de Aprendizagem e Desenvolvimento (Valores de Equipe); Vinícius Rampinelli, especialista em Pesquisa e Desenvolvimento (Projeto de Inovação) e Fabíola Muta, gerente de Transformação Digital (Design/Desafio do Robô).

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
Alunos durante apresentação dos projetos do Desafio de Robótica ArcelorMittal. Foto: Willian Girelli/Next

Entre os pontos de avaliação, foram 4 os pilares listados como fundamentais:

  • Projeto de Inovação: as equipes devem apresentar soluções inovadoras para os desafios relacionados à gestão dos recursos hídricos, explicando suas propostas de forma clara e prática. A criatividade, aplicabilidade e impacto das ideias serão fatores determinantes.
  • Design do Robô: nessa categoria, os juízes avaliarão a eficiência do design do robô, levando em consideração critérios como funcionalidade, uso de materiais, originalidade e a solução de problemas estruturais durante a construção.
  • Desafio do Robô: os robôs serão programados para realizar uma série de missões em um ambiente virtual, utilizando a plataforma ‘Open Roberta Lab’. A precisão, o tempo de execução e a capacidade de adaptação dos robôs às tarefas propostas definirão o desempenho de cada equipe nessa categoria.
  • Valores de Equipe: as equipes deverão trabalhar de forma colaborativa, demonstrar respeito e cooperação, comemorar pequenas conquistas e se divertir ao longo do torneio. 

Após a descrição do trabalho elaborado, os alunos tiveram ainda que expor a funcionalidade (mesmo que remota) dos projetos diante dos jurados. Após o período de 20 minutos cronometrados, o espaço para a discussão dos temas era uma etapa importante para que o projeto alcançasse o objetivo: desenvolver o estudante a explorar temáticas de tecnologia, inovação e desenvolvimento social.

Julgamento e premiação

Após quase 10 horas intensas de competição, veio a premiação. A equipe “Lego Wonder” foi a grande vencedora, recebendo troféus e medalhas por sua proposta inovadora.
Para Josefina, a experiência com a segunda edição vai muito além da competição por premiações. “É nítido o impacto entre os alunos. Com toda certeza é uma experiência de sucesso o Desafio ArcelorMittal”, disse a gestora.

Desafio ArcelorMittal de Robótica mostra que tecnologia e educação caminham juntas
A equipe “Lego Wonder” foi a grande vencedora, recebendo troféus e medalhas por sua proposta inovadora. Foto: Willian Girelli/Next

Impacto a longo prazo

Além das habilidades técnicas adquiridas, o Desafio ArcelorMittal de Robótica plantou uma semente de responsabilidade ambiental. “Queremos contribuir na formação de indivíduos que consigam carregar valores da ArcelorMittal, de sustentabilidade e transformação da realidade, do mundo. O desafio, como um todo, é a demonstração de que isso é possível”, reforçou Bernardo Enne.

*Matéria publicada originalmente na revista ES Brasil 224, de novembro de 2024. Leia a edição completa de Turismo aqui.

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