O Espírito Santo produziu 1,47 mil toneladas de carne de aves em abril deste ano, as exportações totalizaram US$ 2,86 milhões
Por Amanda Amaral
O volume de carne de frango exportado do Espírito Santo para o Japão não é expressivo, contudo, a decisão esta semana do governo japonês de suspender o comércio do produto com o estado capixaba preocupa os produtores, caso isso estimule suspensões também por parte de outros países.
Somente em abril de 2023, o Espírito Santo produziu 1,47 mil toneladas de carne de frango e as exportações no período totalizaram US$ 2,86 milhões, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O Espírito Santo representa 0,19% do total exportado pelo País. No ano passado, as exportações para o Japão representaram menos de meio por cento do que é exportado pelo Estado, segundo a Associação de Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES).
Atualmente, o Japão não importa o produto do Espírito Santo, mas aparece em terceiro lugar como maior parceiro comercial do Brasil no comércio de carne de frango, em segundo está o Emirados Árabes e em primeiro a China, conforme a ABPA.
“Praticamente não gera valores de impacto, até porque nesse momento, pelo o que temos de informação, não vem sendo exportado nenhum volume para o Japão, então não há uma mensuração de impacto econômico, mas pode gerar mais impactos se atrapalhar a negociação de comercializações futuras. Então isso vai depender do volume que se pretende negociar”, explica o diretor-executivo da AVES, Nélio Hand.
Nélio Hand explicou que tanto a AVES quanto a ABPA aguardam informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) sobre a decisão do Japão, que não está alinhada as orientações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que indica suspensão de comércio apenas em casos registrados em produção comercial. No Espírito Santo, o caso foi identificado em ave doméstica.
Outros países
“Nós não sabemos se foi alguma precipitação ou entendimento equivocado por parte do Japão, mas o fato é que o Ministério da Agricultura está tratando desse assunto para poder exatamente verificar o que pode ser feito, inclusive a reversão disso. Esperamos que isso possa ser revertido, porque a gente não tem um volume tão expressivo, mas ficamos preocupados pelo setor nacional. Se a enfermidade em aves domésticas chegar em outros estados, como que será a reação daquele país? Ou também de outros países, que podem ter essa mesma interpretação e tentar criar também sanções em outros estados”, comenta.
O diretor-executivo da AVES ressaltou que até o momento o Japão foi o único país a suspender a comercialização de carne de aves com o Espírito Santo: “A própria ABPA está tomando as precauções possíveis, fazendo as conversas já há um bom tempo para prevenir que ocorram esses maus entendidos, nesse sentido. Estão trabalhando para que se cumpra a recomendação da OMSA”.
Prevenção
A AVES ressaltou ainda que as ações preventivas vêm sendo realizadas no Espírito Santo e no Brasil desde outubro de 2022. São orientações para os produtores rurais com relação à gripe aviária: intensificar as medidas de biossegurança nas granjas; evitar o contato de pessoas com as aves; proibir a visita de pessoas que não são necessárias nos ambientes de granjas, sendo estritamente permitido somente visita técnica ao lote e mesmo assim cumprindo o vazio sanitário; reforço dos telamentos dos galpões; entre outras.
“Tudo isso é para mostrar para população que não existe problema algum no consumo da carne de frango e do ovo, até porque não chegou na produção comercial e mesmo que tivesse chegado, não haveria problema no consumo, porque a contaminação não ocorre por essas vias. Queremos deixar a população muito tranquila para que continue consumindo carne e ovos”, disse Nélio Hand.
