27.1 C
Vitória
sábado, 27 abril, 2024

Como garantir a diversidade no ambiente corporativo?

54% da população LGBTQIA+ se sente insegura para falar sobre sua orientação sexual e identidade de gênero no trabalho

Cada vez, mais termos como “diversidade” e “inclusão” ganham espaço nos debates sociais a fim de garantir os direitos de minorias como PcDs (Pessoas com Deficiência) e membros da comunidade LGBTQIA+ (acrônimo para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer), além de indígenas e negros, tanto no Brasil, como no mundo.

No final de 2022, o Brasil enviou representantes dos setores público, privado e também da sociedade civil para o encontro ‘Diversidade, Igualdade e Inclusão: Movimentos de Direitos Humanos para Alcançar a Ambição 2030’ que ocorreu em Genebra, na Suíça.

- Continua após a publicidade -

A delegação que representa o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) no Brasil, ação de sustentabilidade corporativa, marcou presença na sede da organização, onde apresentou pautas como equidade salarial e a inclusão de transexuais, pessoas indígenas e negras no ambiente corporativo.

Segundo um estudo desenvolvido pela organização Mais Diversidade, divulgado pela CNN, mais da metade (54%) da população LGBTQIA+ se sente insegura para falar sobre sua orientação sexual e identidade de gênero no trabalho.

De acordo com o relatório “Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil”, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cada dez PcDs, sete estavam fora do mercado de trabalho. Aliás, a pesquisa revelou que os profissionais com deficiência recebem R$ 1.639 mensais, enquanto os demais trabalhadores recebem, em média, R$ 2 619.

Paralelamente, dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, compilados pela pesquisadora do FGV Ibre, Janaína Feijó, demonstram que a inserção dos indígenas no mercado de trabalho é um dos principais desafios do MPI (Ministra dos Povos Indígenas).

Segundo os indicativos, a cada dez indígenas, somente seis conseguem ofertar sua mão de obra. A taxa de participação da população indígena no mercado de trabalho foi de 59,7% no terceiro trimestre de 2022. Enquanto isso, o percentual de brancos e amarelos era de 63,2% e o de pretos e pardos, 62,3%. Já a taxa de desemprego entre os indígenas foi 9,9% das pessoas desse grupo étnico que procuravam emprego no período analisado, acima do percentual de brancos (6,8%), e de pretos e pardos (10,2%), como mostra uma publicação do jornal O Globo.

“Com a ascensão econômica e social, grupos politicamente minorizados começaram a cobrar seus devidos lugares em diferentes nichos de negócios”, observa Nilton Serson, que é advogado com cursos de especialização em negociação e mercado de capitais em Harvard, ex-professor da USP (Universidade de São Paulo) e Mackenzie em Direito Comercial e Societário, além de ativista das causas LGBTQIA+.

“Além disso, os consumidores também começam a enxergar a necessidade de cobrar de suas marcas favoritas uma inclusão que vá além do marketing social”, complementa.

Afinal, o que é preciso para garantir a diversidade no ambiente corporativo? Segundo Serson, diversas ações de inclusão podem ser feitas para aumentar a diversidade nas empresas. Ele explica cada uma delas nos tópicos a seguir:

Liderança pelo exemplo

“Os líderes precisam assumir uma posição de destaque, incorporar a diversidade e a inclusão no propósito da organização Além do mais, é preciso exemplificar a cultura e trabalhar sua autoconsciência, reconhecendo os seus próprios vieses e preconceitos para atuar neles de forma efetiva e assumir uma postura proativa em direção às metas”, diz ele.

Estratégia de negócios

Nas palavras do advogado, diversidade é muito mais do que uma “questão de RH”. Deve ser um ingrediente central na concepção e execução da estratégia de negócios e incorporada nas atividades da organização no dia a dia.

Ruptura de vieses

Serson defende que as organizações devem se concentrar em extinguir o preconceito enviesado nos processos de tomada de decisão. “Para isso, é necessária uma investigação completa das políticas e processos para entender quais limitam a empresa”.

A liderança deve ser treinada

Para concluir, o ativista das causas LGBTQIA+ afirma que o treinamento de diversidade e inclusão é mais eficaz quando faz parte de uma abordagem estratégica de toda a empresa. “Isso inclui tanto a conscientização quanto o desenvolvimento de habilidades – fator que deve ser acompanhado ao longo do tempo”, explica.

Atento a este fator, o Senado Federal lançou em 2022 o “Manual Inclusão e Diversidade LGBTQIA+”. De acordo com a Agência Senado, o objetivo é esclarecer dúvidas sobre gênero, orientação sexual, direitos conquistados e a maneira correta de se portar com os membros desta comunidade de forma respeitosa. O manual pode ser acessado de forma gratuita pela Biblioteca Digital do Senado Federal.

Com informações de Agência Estado

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA