Mudar hábitos pode contribuir para uma vida saudável e livre de doenças
Por Pammela Volpato
Dietas fantásticas, que prometem fazer milagres e eliminar os quilos extras em poucos dias e de forma fácil, atraem muitos adeptos, principalmente do sexo feminino. Manter a boa forma é um desejo de todos, porém, as dietas não são assim tão inofensivas, e muitas podem trazer riscos à saúde.
De acordo com especialistas, a melhor maneira de manter a forma e a saúde em dia é mudar os hábitos alimentares. A reeducação alimentar é o segredo para eliminar ou manter o peso e ter uma vida saudável, livre de doenças e do temido “efeito sanfona”.
A primeira coisa a ser destacada é que a reeducação alimentar não consiste em deixar de comer tudo o que se gosta e passar a se alimentar somente com frutas, verduras, legumes e alimentos light. Pelo contrário, o processo ensina que é possível comer de tudo, mas sem exageros e de forma equilibrada.
A nutricionista Alessandra Rodrigues Garcia dos Santos, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Católica Salesiana, explicou que todos os alimentos podem ser consumidos, desde que com consciência.
“Tudo é permitido, desde que quantificado. Posso consumir um brigadeiro, mas preciso diminuir a ingestão de açúcar. Vai ser preciso tirar de algum lugar, é a lei da substituição. Muitas pessoas não conseguem quantificar sozinhas o consumo dos alimentos. Nesse caso, é importante buscar ajuda de um nutricionista”.
Quando ficamos mais velhos ou nos deparamos com alguma doença, como hipertensão, colesterol alto ou mesmo com apenas o sobrepeso, tomamos consciência da importância da alimentação para uma vida melhor e descobrimos que não nos alimentamos de forma balanceada.
Alessandra explicou que a alimentação saudável deve começar na infância. “Os pais devem incentivar os filhos a comerem bem. É cedo que se aprende a comer frutas e verduras. Uma criança que se alimenta adequadamente, na fase adulta não precisa passar por uma reeducação alimentar”.
De acordo com a nutricionista, os alimentos podem causar e prevenir doenças. As doenças mais comuns causadas pela alimentação inadequada são a obesidade, a hipertensão, o diabetes, as doenças cardiovasculares, vários tipos de cânceres, além de deficiências nutricionais específicas, como anemia ferropriva e hipovitaminose A.
“O consumo elevado de gordura pode ser um fator que potencializa a formação de um câncer. A alimentação está muito associada ao câncer, tanto na prevenção quanto na causa”, disse Alessandra.
Muitos alimentos que compõem a mesa dos brasileiros estão associados ao desenvolvimento dessas doenças. Alimentos ricos em gorduras, como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presuntos, salsichas, linguiças, mortadelas, entre outros, devem ser ingeridos com moderação.
O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de doenças. Ao fritar, grelhar ou preparar carnes na brasa em temperaturas muito elevadas, por exemplo, podem ser criados compostos que aumentam o risco de câncer de estômago. Métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, ensopados, guisados, cozidos ou assados.
A coordenadora do curso de Nutrição ressaltou ainda que para passar por uma reeducação alimentar, a pessoa precisa estar disposta a mudar os hábitos. “É preciso ter vontade e aceitar que é necessário mudar. Ninguém passa por um processo de reeducação facilmente e não dá para comer como se fosse um remédio.
Vai ser uma mudança de hábitos, de uma maneira geral, mas o resultado é sempre positivo e duradouro. A pessoa passa a cuidar de si e vai perceber os efeitos disso no organismo”.
Câncer
Um estudo publicado em dezembro pela revista médica The British Journal of Cancer apontou que cerca de 40% dos casos de câncer registrados no Reino Unido têm origem no estilo de vida e poderiam ser prevenidos se as pessoas tivessem hábitos saudáveis.
Mais de 100 mil casos dos cânceres diagnosticados a cada ano no Reino Unido advêm de quatro fatores relacionados ao estilo de vida: tabaco, má alimentação, álcool e sobrepeso. Foram levados em conta 14 fatores ambientais e de estilo de vida.
Mexa-se: faça exercícios físicos
Dedicar alguns minutos todos os dias à realização de atividades físicas pode ser o caminho para renovar as energias, conquistar mais disposição e ainda, de quebra, melhorar a saúde.
A prática de exercícios físicos melhora a condição geral de saúde e a qualidade de vida das pessoas. Quem se exercita com frequência pode conquistar melhora nos sistemas respiratório, cardiovascular, endócrino, digestivo e muscular.
O exercício melhora o funcionamento intestinal, aumenta a massa muscular e o gasto calórico e ajuda na prevenção de várias doenças. “Ele é essencial no dia a dia de pessoas de todas as idades”.
A professora explicou ainda que o ideal é promover a mudança nos hábitos alimentares aliada à prática de uma atividade física. “Fazer dieta sem se exercitar é um trabalho incompleto. A perda de peso só é realmente saudável quando se alia boa alimentação com os exercícios físicos”, frisou.
Esta matéria é uma republicação exibida na Revista SAMP/2006, produzida pela jornalista Pammela Volpato e atualizada em 2021. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi originalmente escrita.
