Eventos culturais presenciais, como shows e salas de cinema, ficaram suspensos durante o período crítico da pandemia do novo coronavírus. E o cinema foi a atividade que mais fez falta nesse período.
Por Munik Vieira
Isso é o que mostra o levantamento Hábitos Culturais II, realizado em parceria pelo Itaú Cultural e Datafolha: diante da oferta simultânea de shows de música ao vivo e online, 62% optariam pela experiência presencial, patamar igualmente verificado entre os visitantes de centros culturais.
- Confira a edição digital da revista ES Brasil
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Twitter
Em apresentações de circo, teatro ou dança, a modalidade presencial também surge como a preferida, segundo 64% dos respondentes. O mesmo índice é encontrado para apresentações infantis.
Também têm alta aderência à experiência presencial as aulas e oficinas de arte (65%), as exposições e museus (63%) e as oficinas de criação para crianças (84%). Já entre os espectadores de seminários e de projetos artísticos guiados, os índices de opção pelo presencial são menores: 52% e 48%, respectivamente.
A pesquisa Itaú Cultural/Datafolha também perguntou aos entrevistados qual a atividade cultural que mais fez falta durante a pandemia. Em uma lista em que foram consideradas as três atividades preferidas, cinema ficou em primeiro lugar, com 67% das respostas, seguido por apresentações artísticas (32%), bibliotecas (21%), empatada com atrações infantis (20%), e centros culturais (17%).
Seminários pontuaram com 12%, mesmo índice de aulas e oficinas de arte. Exposições e museus tiveram 15% das preferências na lista tríplice, seguidos por oficinas de criação para crianças (9%). Já 8% disseram sentir falta de saraus de poesia, literários e 3% de projetos artísticos guiados. Outros 6% declararam não sentir falta de nenhuma das atividades apresentadas pelos pesquisadores.
O isolamento social provocado pela pandemia não alimentou apenas o desejo das pessoas por programas culturais presenciais – a saúde mental também foi afetada. A pesquisa revela que 36% dos entrevistados relataram problemas de saúde mental em algum morador da residência nos últimos 12 meses. O Rio Grande do Sul foi a região do País com a maior incidência de casos, com 43% de entrevistados apontando a ocorrência do problema.
Em casa, as pessoas aumentaram o consumo de atividades culturais no ambiente online durante a pandemia e pretendem manter o hábito após a volta à normalidade. Segundo o levantamento da pesquisa Hábitos Culturais II, o aumento de consumo de cultura no ambiente virtual ocorreu no momento em que os brasileiros passaram a ficar mais conectados à internet. De acordo com o levantamento, 76% dos entrevistados informaram que passaram a se conectar todos os dias. Em 2020, o índice era de 71%.
Isso resultou em um grande aumento também no consumo de apresentações artísticas online, especialmente de música, teatro e dança – no ano passado, 20% dos indivíduos diziam que consumiam este tipo de atividade no ambiente online. Este ano, o índice dobrou e subiu para 40%.
O levantamento ouviu 2.276 indivíduos em todo o Brasil, entre os dias 10 de maio e 9 de junho.
*Com informações da Agência Estadão