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sábado, 27 abril, 2024

CBF define técnico da seleção pelo gosto do presidente, mas história pode mudar

Ao longo das últimas décadas, a escolha do treinador passou basicamente pela vontade de quem mandava na CBF, ainda que essa pessoa não necessariamente fosse o presidente

Desde que Tite anunciou que não seguirá à frente da seleção brasileira após a Copa do Mundo do Catar, a pergunta sobre quem irá sucedê-lo tem sido corriqueira. Na CBF, contudo, ninguém comenta ou mesmo dá indício sobre quem irá assumir. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, insiste que só irá tratar do tema após o Mundial. Mas, se não dá para saber o nome, o histórico dos últimos anos e o perfil da administração da entidade mostram que é possível ao menos ter um norte sobre como será escolhido o próximo técnico da seleção.

Oficialmente, Ednaldo Rodrigues afirma que não pensa no assunto porque o foco está 100% voltado para a conquista do hexa no Catar, mas há pelo menos outras duas razões. Uma delas é uma pequena crença de que, caso o Brasil volte com o título, Tite repense sua decisão de deixar o comando técnico. A outra é mais simples: falta um nome de consenso.

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Ao longo das últimas décadas, a escolha do treinador passou basicamente pela vontade de quem mandava na CBF – ainda que essa pessoa não necessariamente fosse o presidente oficialmente em exercício. Com exceção de Dunga em 2006 e Luiz Felipe Scolari em 2012, o técnico era habitualmente escolhido em virtude de seu desempenho.

Foram raros os casos em que o presidente da CBF ouviu outras opiniões para definir o nome do treinador. Nunca houve uma espécie de colegiado e atletas e ex-jogadores também não costumam ser consultados, o que é um erro, na opinião de Américo Faria, supervisor da seleção durante 20 anos, com seis Copas do Mundo na bagagem, dois títulos mundiais e um vice.

Para Faria, é fundamental ouvir pessoas “com notório saber” no assunto e com experiência. “Isso só enobrece a escolha”, argumenta ele ao Estadão. “Deveria haver um colegiado porque não é coisa de momento. É uma escolha que vai sendo amadurecida. Não deve ser uma escolha rápida, de supetão. É fundamental analisar o trabalho do treinador e seu perfil, sobretudo”, afirma o ex-coordenador técnico da seleção.

Faria trabalhou com Carlos Alberto Parreira, Zagallo, Felipão e Dunga. Na sua avaliação de quem conviveu durante duas décadas com alguns dos principais treinadores brasileiros, o novo comandante tem de ser, acima de tudo, “um profissional capaz de trabalhar em equipe. Isso é o mais importante”, diz.

Um gringo na seleção brasileira?

Historicamente, o único pré-requisito definido era que o profissional precisava ser brasileiro. Essa condição, contudo, já não é mais uma exigência. “A gente não tem nenhum preconceito de nacionalidade. Pode ser um treinador brasileiro, pode ser um treinador estrangeiro, desde que tenha competência e realmente um envolvimento com aquilo que o futebol brasileiro necessita”, disse Rodrigues na semana passada, reiterando diversas declarações semelhantes que dera desde que assumiu a CBF, em março.

O único estrangeiro capaz de satisfazer gregos, troianos e brasileiros é o espanhol Pep Guardiola. Ele nunca treinou uma equipe brasileira, mas se encaixaria na definição de “envolvimento” porque sempre se disse admirador do futebol nacional e não cansa de citar a seleção de 1982.

Há alguns meses, Guardiola teve seu nome veiculado na imprensa espanhola para assumir a vaga de Tite. Oficialmente, a CBF negou as conversas. Vice-presidentes – que certamente serão consultados antes de Ednaldo Rodrigues definir o nome – disseram em reservado que era impossível trazer o treinador do Manchester City diante de seu alto salário. 

Outros estrangeiros que já tiveram seus nomes associados à seleção são os portugueses Abel Ferreira e Jorge Jesus. Nenhum dos dois, porém, goza de unanimidade e são considerados apostas arriscadas. Abel avisou mais de uma vez que está contente no Palmeiras e quer cumprir seu contrato, vigente até o fim de 2024. No entanto, diz viver o “aqui e o agora” e nunca respondeu enfaticamente se aceitaria uma eventual proposta para dirigir a seleção brasileira.

Rodrigues afirmou recentemente que Abel, Fernando Diniz e Dorival Júnior são bons nomes. Embora exista uma escassez de técnicos à altura da grandeza da seleção pentacampeã mundial, o presidente da CBF entende que o “futebol brasileiro tem um manancial extenso de grandes treinadores”.

Com informações Agência Estado

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