Expedição aponta recuperação total da espécie no litoral: com saldo de 363 baleias identificadas, além de 97 filhotes
Por Leulittanna Eller Inoch
Pesquisadores do Projeto Baleia Jubarte (PBJ) trazem uma notícia positiva sobre o litoral brasileiro: as baleias-jubarte seguem firmes na recuperação total de sua população. A pandemia causou redução significativa e continuada da atividade humana no litoral, incluindo a navegação por grandes e pequenas embarcações.
A “Expedição Entre Baleias e Golfinhos 2020” foi concluída no final de setembro, com saldo de 363 baleias identificadas, além de 97 filhotes. “Esse número evidencia o sucesso da temporada reprodutiva, principalmente em Abrolhos, na Bahia, local com maior área de concentração das jubartes”, conta o coordenador de comunicação do projeto, Enrico Marcovaldi.
A expedição saiu da Praia do Forte (BA), em direção a capital capixaba, com objetivo de avaliar de que maneira a pandemia afetou a população de jubartes. Foram mais de 800 milhas náuticas navegadas e avistados 173 grupos de baleias. O saldo da expedição foi positivo, conforme Marcovaldi.
“A pandemia causou redução significativa e continuada da atividade humana no litoral, incluindo a navegação por grandes e pequenas embarcações. Uma das consequências foi a diminuição notável do nível de ruídos nos oceanos, assim como o risco de colisões de baleias com navios”, explica.
Além da quantidade de fotos e vídeos das baleias, foram feitas 107 foto-identificações individuais, com padrão de coloração da cauda das jubartes, para catalogar cada uma delas; 25 biópsias para análise genética e de poluentes; 61 medições de tamanho dos animais através de fotogrametria; bem como diversas gravações do canto dos machos, característicos da espécie e que mudam anualmente.
“As baleias-jubarte estão retomando sua distribuição original ao longo da costa brasileira e, com isso, aumentam as interações com atividades humanas no mar. Essa ação pode ameaçar a espécie de diversas maneiras, desde colisões com navios a emalhamento em redes de pesca, e nosso papel é buscar entender esses riscos e como reduzi-los, para assegurar que a espécie sobreviva e prospere nas nossas águas. Esse período de pandemia trouxe uma diminuição nesta ação, mas precisamos estar atentos para que este número de nascimentos permaneça frequente”, afirma Enrico Marcovaldi.