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quinta-feira, 28 março, 2024

Além do resultado financeiro

Vivemos atualmente um processo radical de transformação dos objetivos das empresas

É muito comum empresas divulgarem como um de seus valores o “foco no resultado”.
Não raro essa declaração é utilizada sob o aspecto econômico, ou seja, da obtenção de lucro e, portanto, mais retorno para os sócios. Milton Friedman, na década de 70, dizia que “existe uma, e somente uma, responsabilidade social de um negócio: usar seus recursos para desempenhar atividades que aumentem seus lucros, dentro de regras do jogo, ou seja, através de competição aberta e livre, sem recorrer a trapaças ou fraudes”.

Há alguns anos, entretanto, essa abordagem tem-se revelado perigosa. O excessivo foco no resultado econômico pode cegar a alta gestão quanto à necessidade de que o lucro esteja aliado à construção de relacionamentos saudáveis com os stakeholders, ou seja, as demais partes interessadas na empresa, como colaboradores, fornecedores, comunidade meio ambiente e governo. A busca pelo melhor número final (bottom line) pode mesmo gerar desvios éticos na administração, como vimos acontecer com tantos escândalos corporativos notórios.

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Vivemos atualmente um processo radical de transformação dos objetivos das empresas, que passa a considerar o seu papel em relação à sociedade como elemento crucial para o seu sucesso no longo prazo. Porém, sustentabilidade não se mede apenas em termos de lucros ou perdas, mas também pelo impacto no bem-estar das pessoas e na saúde do planeta.

Surge o conceito do triple bottom line, que considera o impacto econômico, social e ambiental de uma empresa. Essa ideia influenciou o surgimento de iniciativas como a Global Reporting Initiative (GRI), voltadas para a abordagem da sustentabilidade na contabilidade corporativa, no engajamento das pessoas e, cada vez mais, na estratégia da empresa, e o nascimento de empresas com propósitos muito fortes nesse sentido.

A Patagônia, grife de roupas e acessórios para esportes de aventura, é um bom exemplo. Ela se preocupa em fabricar produtos que durem uma vida e desestimula publicamente a sua compra sem necessidade, tudo baseado em uma forte declaração de valores: Reduzir, Reparar, Reusar, Reciclar e Reimaginar.

A geração de resultados para os acionistas, objetivo perseguido desde sempre pelas empresas, somente poderá ser sustentável e a organização, longeva, se forem adotadas condutas que a tornem respeitada e admirada pela sociedade e que faça seus colaboradores orgulhosos, engajados e com um sentido claro de propósito.


Além do resultado financeiro

Comece pelo Porquê
Simon Sinek

No livro “Comece pelo Porquê”, Simon Sinek, um dos mais cultuados autores e conferencistas da atualidade, apresenta um padrão no modo como os grandes líderes e as grandes corporações se comunicam. Nesta obra, o leitor aprende que liderar não significa comandar, mas inspirar as pessoas a compartilharem sonhos e crenças. Sinek mostra que toda empresa sabe definir com facilidade os produtos que vende ou os serviços que oferece.

Algumas têm clareza dos seus processos e dos seus diferenciais. Porém, as empresas verdadeiramente bem-sucedidas são aquelas que têm clareza do porquê de fazerem o que fazem, de qual é o propósito que as inspira. As pessoas não compram o que você faz, mas o porquê você faz!

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