Apesar de ainda sofrerem preconceito, mulheres estão cada vez mais conquistando espaço no meio cervejeiro.
A data é comemorada sempre na primeira sexta-feira de agosto, e apesar da cerveja estar sempre ligada ao universo masculino, desde os primórdios da bebida elas sempre tiveram participação em sua história.
Em 2007, em Santa Cruz, na Califórnia, foi criado o Dia Internacional da Cerveja, comemorado sempre na primeira sexta-feira de agosto, com o objetivo de saborear a bebida e celebrar as cervejarias ao redor do mundo. Apesar de muita gente ainda associar o universo masculino ao hábito de tomar cerveja, as mulheres sempre tiveram participação ativa na cena cervejeira desde os primórdios da bebida.
Com relação à história da cerveja, sua produção teve início por volta de 4.000 A.C., e as responsáveis foram as mulheres da Suméria, que as produziam e comercializavam enquanto os homens saíam para caçar. Além disso, os sumérios também tinham uma deusa que representava a bebida, chamada Ninkasi.
Outra deusa também contribuiu para a história: Ceres é conhecida como a deusa dos cereais, daí a origem do nome cerveja. “Por volta de 1.800 A.C., foi escrito um poema chamado Hino para Ninkasi, que era a primeira receita de uma cerveja, cuja fórmula contém ervas e grãos variados”, explica Camila Nassar, técnica de produção da cervejaria Berggren.
Mestre Cervejeira Capixaba
A capixaba Luana Hoffmann de Assis é mestre cervejeira na cervejaria Teresense e conta que no final da faculdade de engenharia de produção, começou a ter contato e degustar cervejas artesanais o que acabou despertando também um interesse pela produção das cervejas e ela começou a produzir em casa junto com amigos.
Já perto de se formar, Luana decidiu que queria se especializar em produção de cerveja. Fez cursos e mestrado em engenharia de produção. Sua tese foi dentro de uma cervejaria sobre controle de qualidade. Logo após isso, foi contratada por uma cervejaria na área de gestão industrial e conta que “eram 3 turnos, e no meu turno eu era a única mulher dentro da fábrica. Então era um ambiente bem machista”.
Em 2018 se formou como mestre cervejeira, e assumiu na sequência como mestre cervejeira e responsável técnica na cervejaria Teresense, também capixaba.
“Acho que o preconceito, o machismo existe, não só no ramo cervejeiro, eu também vim da engenhara, a engenharia é extremamente machista. Eles acham que a gente não vai carregar um barril, que a gente não vai carregar um saco de malte, além disso piadinhas de homem né, que é ridículo”, pontua Luana.
A mestre cervejeira ainda aproveitou para mandar um recado as mulheres “o lugar da mulher é onde ela quiser, seja fazendo cerveja, seja tomando cerveja, ser psicóloga cozinheira o que ela quiser. E que vai ter gente falando que a gente não é capaz sempre vai ter, mas agente é capaz sim!