Tesouro Direto: Opção de curto prazo para capixabas

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Outro objetivo da MP, é reduzir os requisitos para que os rendimentos de títulos, de valores mobiliários ou de fundos de investimento. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil.

Especialista da Fucape explica sobre a taxa de juros e a inflação após as vendas do Tesouro Direto superarem os resgastes em R$ 1,3 bilhão 

Por Amanda Amaral

Com as taxas de juros em alta e a inflação, os títulos do Tesouro Direto podem ser uma boa opção para quem quer investir e ter rentabldade a curto prazo. Na terça-feira (21), o Tesouro Nacional divulgou que, em novembro, as vendas superaram os resgates em R$ 1,306 bilhão.

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As vendas do programa atingiram R$ 2,993 bilhões no mês passado. Já os resgates totalizaram R$ 1,687 bilhão, sendo R$ 1,606 bilhão relativo a recompras e R$ 80,6 milhões a vencimentos, quando o prazo do título acaba e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.

Para o professor da Fucape e Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Felipe Storch, os títulos do Tesouro Direto são uma boa opção para quem procura algo menos arriscado e com rentabilidade a curto prazo.

“Para quem quiser algo menos arriscado no curto prazo, a gente pode pensar em títulos do Governo, títulos de dívida, o Tesouro Direto. Ainda mais com a Selic subindo, a tendência é a rentabilidade desses títulos subir também. Se for um título atrelado ao IPCA, ainda protege desse aumento inflacionário e garante ganhos reais para o investidor”, explicou.

Os mais procurados

Os títulos mais procurados pelos investidores foram aqueles corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, que corresponderam a 47,1% do total.

“O aumento da procura por títulos de renda fixa, representada pelo aumento das vendas e pelo aumento do número de novos investidores cadastrados ativos, é reflexo do aumento da remuneração desse tipo de ativo induzida pelo aumento da Selic. Os títulos mais procurados estão atrelados à própria Selic, mostrando que os investidores estão acompanhando a alta, e ao IPCA, indicando que os investidores estão querendo se proteger do movimento de alta inflacionária”, analisou Storch. 

Os títulos vinculados à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tiveram participação de 35,2% nas vendas, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, de 17,6%.

Tesouro Direto: Opção de curto prazo para capixabas
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 76,60 bilhões no fim de novembro. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em relação à rentabilidade acumulada no mês, o destaque de novembro foi para o título Tesouro IPCA+ 2045, com vencimento em 15 de maio de 2045, que registrou variação de 10,64%.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 76,60 bilhões no fim de novembro, um aumento de 2,8% em relação ao mês anterior (R$ 74,52 bilhões) e de 23,4% em relação a novembro do ano passado (R$ 62,07 bilhões).

“Vale lembrar que Boa parte dos investimentos em 2021 estão perdendo para inflação, o que representa rentabilidade real negativa. Como boa parte dos investidores que migraram para renda variável nos últimos anos são investidores que estavam fugindo de uma Selic muito baixa, é natural que voltem para renda fixa com o aumento da taxa e depois de um ano de performance ruim dos outros investimentos. O problema é estarem saindo em um momento de baixa”, ressaltou o professor da Fucape. 

Programa do Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional, criado em 2002, para venda de títulos públicos pela internet. Ele surgiu com o objetivo de facilitar o acesso a esses produtos, permitindo aplicações a partir de R$ 30,00.

O Tesouro Direto vem atraindo milhares de pessoas. É um recurso propício também para quem não tem prática no mercado financeiro e está buscando alternativas a tradicional poupança.

Com informações da Agência Brasil.