Especialista da Fucape explica sobre a taxa de juros e a inflação após as vendas do Tesouro Direto superarem os resgastes em R$ 1,3 bilhão
Por Amanda Amaral
Com as taxas de juros em alta e a inflação, os títulos do Tesouro Direto podem ser uma boa opção para quem quer investir e ter rentabldade a curto prazo. Na terça-feira (21), o Tesouro Nacional divulgou que, em novembro, as vendas superaram os resgates em R$ 1,306 bilhão.
As vendas do programa atingiram R$ 2,993 bilhões no mês passado. Já os resgates totalizaram R$ 1,687 bilhão, sendo R$ 1,606 bilhão relativo a recompras e R$ 80,6 milhões a vencimentos, quando o prazo do título acaba e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.
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Para o professor da Fucape e Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Felipe Storch, os títulos do Tesouro Direto são uma boa opção para quem procura algo menos arriscado e com rentabilidade a curto prazo.
“Para quem quiser algo menos arriscado no curto prazo, a gente pode pensar em títulos do Governo, títulos de dívida, o Tesouro Direto. Ainda mais com a Selic subindo, a tendência é a rentabilidade desses títulos subir também. Se for um título atrelado ao IPCA, ainda protege desse aumento inflacionário e garante ganhos reais para o investidor”, explicou.
Os mais procurados
Os títulos mais procurados pelos investidores foram aqueles corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic, que corresponderam a 47,1% do total.
“O aumento da procura por títulos de renda fixa, representada pelo aumento das vendas e pelo aumento do número de novos investidores cadastrados ativos, é reflexo do aumento da remuneração desse tipo de ativo induzida pelo aumento da Selic. Os títulos mais procurados estão atrelados à própria Selic, mostrando que os investidores estão acompanhando a alta, e ao IPCA, indicando que os investidores estão querendo se proteger do movimento de alta inflacionária”, analisou Storch.
Os títulos vinculados à inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tiveram participação de 35,2% nas vendas, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, de 17,6%.
Em relação à rentabilidade acumulada no mês, o destaque de novembro foi para o título Tesouro IPCA+ 2045, com vencimento em 15 de maio de 2045, que registrou variação de 10,64%.
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 76,60 bilhões no fim de novembro, um aumento de 2,8% em relação ao mês anterior (R$ 74,52 bilhões) e de 23,4% em relação a novembro do ano passado (R$ 62,07 bilhões).
“Vale lembrar que Boa parte dos investimentos em 2021 estão perdendo para inflação, o que representa rentabilidade real negativa. Como boa parte dos investidores que migraram para renda variável nos últimos anos são investidores que estavam fugindo de uma Selic muito baixa, é natural que voltem para renda fixa com o aumento da taxa e depois de um ano de performance ruim dos outros investimentos. O problema é estarem saindo em um momento de baixa”, ressaltou o professor da Fucape.
Programa do Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional, criado em 2002, para venda de títulos públicos pela internet. Ele surgiu com o objetivo de facilitar o acesso a esses produtos, permitindo aplicações a partir de R$ 30,00.
O Tesouro Direto vem atraindo milhares de pessoas. É um recurso propício também para quem não tem prática no mercado financeiro e está buscando alternativas a tradicional poupança.
Com informações da Agência Brasil.