Nesta terça-feira (20), Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo, fundador da Amazon, foi para o espaço – e voltou com as mãos sobre um novo negócio
Por Samantha Dias
Ele embarcou no primeiro voo com seres humanos a bordo do foguete New Shepard, dando início ao projeto de turismo espacial, para levar interessados para uma volta no espaço.
Os preços de um assento em uma nave da Blue Origin – empresa de exploração espacial de Jeff Bezos – ainda são um mistério, já que a empresa ainda não revelou os valores oficiais dos voos. Por enquanto, o parâmetro do preço para um assento na nave é um leilão de US$ 28 milhões (mais de R$140 milhões), abocanhado no mês passado por um milionário desconhecido, que acabou desistindo desta viagem por motivos de “agenda”.
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A Blue Origin anunciou que deve fazer mais dois voos tripulados ainda neste ano, mas os preços não foram revelados. Os interessados devem mandar e-mails para a empresa.
A viagem inaugural durou apenas 10 minutos e 10 segundos. A tripulação do primeiro voo com humanos da Blue Origin embarcou no foguete New Shepard com quatro passageiros: Jeff Bezos, o irmão Mark Bezos, Wally Funk (pioneira do setor aeroespacial de 82 anos) e Oliver Daemen (estudante de física de 18 anos), que comprou seu lugar no foguete, mas não divulgou o quanto pagou.
“Quero agradecer os engenheiros da Blue Origin, que fizeram um trabalho incrível em construir o mais confiável e divertido veículo, a cidade de Van Horn e a cada funcionário e cliente da Amazon. Vocês pagaram por isso aqui”, disse Bezos.
“Minhas expectativas eram altas, mas foram dramaticamente superadas. A gravidade zero parecia algo natural. A parte mais profunda da viagem foi olhar a Terra. Todo astronauta diz que isso muda a perspectiva quando você olha toda beleza e fragilidade da Terra”, disse.
A viagem colocou a Blue Origin no mapa da exploração espacial privada, uma disputa que vê outras empresas na dianteira. Entre elas estão a SpaceX, de Elon Musk, e a Virgin Galactic – a empresa capitaneada por Richard Branson realizou com sucesso no dia 11 de julho um voo suborbital com a presença do bilionário de 71 anos de idade. A Virgin Galactic irá comercializar os seus voos por US$ 250 mil (mais de R$ 1,2 milhão).
A Blue Origin mostrou outra tecnologia para voos suborbitais, com uso de foguete – a viagem de Branson foi executada com um avião.
Existe, porém, um longo caminho a ser percorrido para esse tipo de viagem se tornar frequente e acessível. “O principal desafio para o turismo espacial se tornar realidade é o custo, porque está no começo da indústria – com os carros também foi assim. O motor e o sistema de pouso são os pontos mais críticos para barateamento, por conta da validação para viagens com seres humanos”, diz Cassio Leandro Dal Ri Barbosa, astrônomo e professor do Centro Universitário da FEI.
Com informações da Agência Brasil e Agência Estado