Pesquisa aponta que as empresas não sabem demitir e mais da metade não tem critérios definidos para a demissão
Por Amanda Amaral
Em 72,2% das empresas não há um treinamento ou capacitação para as lideranças sobre a demissão. Além disso, em apenas pouco mais da metade das instituições (54,9%) há critérios definidos para a demissão, o que significa que em 45,1% não há elementos bem definidos nesse sentido.
É o que identificou a pesquisa Employee Experience, termo em inglês para “experiência do funcionário, realizada pelo Great Place To Work (GPTW) – consultoria global que apoia organizações a obterem melhores resultados por meio de uma cultura de confiança.
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Ferramentas utilizadas
A respeito das etapas do processo de despedida, diversas ferramentas foram citadas. Entre elas: a reunião individual para comunicar a demissão ao colaborador (84,2%); a comunicação para a equipe após o anúncio da saída do colega (54,4%); e uma pesquisa para avaliação da experiência do colaborador (54,6%). O recurso menos citado, por sua vez, foi a comunicação por escrito para o funcionário (34,1%).
Ao serem perguntadas sobre quem é, geralmente, responsável pelas demissões, 52,9% das empresas responderam que é a liderança direta, seguida do responsável pelo Recursos Humanos (RH) em conjunto com a liderança direta (36,9%) e apenas 6,7% do RH sozinho. Já a pessoa responsável por ocupar o cargo de CEO é a que menos faz parte desse processo de demissão, 3,4%.
Por fim, 86,5% das respostas indicam que a empresa já recontratou um colaborador após seu desligamento, provando que com um bom nível de employee experience, é possível facilitar o processo de retorno de um talento que se despediu anteriormente, caso faça sentido para a realidade do negócio e do profissional.
Falta de capacitação
Para Daniela Diniz, responsável pela pesquisa e Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do GPTW, embora o desenvolvimento de profissionais de todos os níveis hierárquicos, principalmente da liderança, seja considerado importante, ainda há uma fatia considerável de empresas que não têm iniciativas nesse sentido:
“A falta de treinamento e orientação para as lideranças realizarem o processo de despedida pode prejudicar bastante a experiência das pessoas nesse encerramento de suas jornadas nas empresas. Além disso, em tempos em que tanto falamos e defendemos uma demissão humanizada, com processos e comunicações mais empáticos e personalizados, é preocupante que líderes não estejam recebendo a devida qualificação para colocarem isso em prática”, conclui a diretora.
Sobre a pesquisa
A pesquisa Employee Experience foi realizada entre julho e agosto de 2022 e foi dividida em duas etapas, contemplando as quatro fases da jornada de colaboradores: recrutamento e seleção, onboarding, desenvolvimento e engajamento e despedida.
Foram 1.248 respondentes na primeira parte da pesquisa e 1.056 na segunda, totalizando 2.304 pessoas participantes. Os cinco segmentos com maior participação na pesquisa, representando mais de 60% são: 26% da área de tecnologia; 13,2% da indústria; 10,1% serviços; 6,1% de saúde; e 6,1% outros.
Sobre Great Place To Work
O Great Place to Work é uma consultoria global que apoia organizações a obter melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação. Está presente em 97 países, analisa mais de 10.000 empresas anualmente, o que corresponde a mais de 10 milhões de funcionários impactados no mundo.