O Polo Track é basicão, mas está uns bons degraus acima do Gol em termos de projeto. O problema é o valor alto proposto para o carro
O Gol é o maior sucesso comercial da VW do Brasil. Isso é indiscutível. Mas o hatch saiu de linha. E para o seu lugar, a marca lançou o Polo Track. Em um primeiro olhar, alguns dirão que o novo hatch é igual ao modelo que saiu do mercado.
Talvez tenha faltado um pouco mais de criatividade aos designers da marca alemã. Isso porque não dá para negar que o Polo Track mantém o estilo clássico da Volkswagen. O hatch até tem uns toques modernos, mas pouca coisa. No geral, as linhas são um pouco “mais do mesmo”, o que não é bom para um modelo tão novo. Afinal, o hatch utiliza a plataforma modular MQB-A0.
Isso muda bastante coisa. Por exemplo, o Polo Track tem arquitetura mais rígida e estável. Com a base modular, também adiciona os itens que forçaram a aposentadoria do antigo popular da marca. Assim, vem de série com quatro airbags (duplos frontais e laterais dianteiros), ABS, Isofix, assistente de saída em rampas e os controles eletrônicos de estabilidade e de tração.
Receita campeã
Herdar a simplicidade do Gol é algo que fez bem ao Polo Track. Isso porque o modelo traz o essencial e entrega mais ao volante. O motor é o mesmo do Gol. Ou seja, o 1.0 MPI flex de três cilindros e 12 válvulas, capaz de gerar até 84 cv de potência e um torque máximo de 10,3 mkgf com etanol. Já com gasolina são 77 cv e 9,6 mkgf. O câmbio manual MQ200 de embreagem a seco também está lá, com engates curtos e precisos.
A direção elétrica (em vez de hidráulica, como no Gol) deixa o Polo Track mais macio e rápido nas respostas ao volante. Isso torna o hatch prazeroso e mais seguro nas manobras. Aliás, a engenharia conseguiu excelentes ajustes de suspensão e freios. Embora use discos ventilados só na dianteira, com tambores atrás, as frenagens são firmes e estáveis. Além disso, os balanços curtos garantem bons ângulos e dão robustez sob piso irregular.
Mesmo diante de valetas, lombadas e buracos (cada vez mais frequentes em São Paulo), o Polo Track não ofereceu sustos e passou “liso”. No consumo de combustível, o hatch se revelou dentro dos padrões aferidos pelo Inmetro. Com gasolina, faz entre 13 km/l e 15 km/l, e, com etanol, tem médias entre 9 km/l e 10 km/l. Não é o mais econômico do segmento, mas tem boa autonomia com o tanque de 52 litros e faz até 780 km na estrada
Pecado capital
O problema do Polo Track é talvez ser simples demais em um mercado cada vez mais exigente. Por exemplo, não oferecer opção de multimídia é um pecado capital. Com essa decisão, a VW obriga quem deseja ter uma tela no painel a comprar o Polo.
Mas não é só na ausência de multimídia que o Track peca. O novo hatch leva quase ao extremo o corte de custos. Por exemplo, não tem opção de retrovisores com ajuste elétrico nem de acionamento dos vidros traseiros (é preciso girar a boa e velha manivela). Além disso, o acabamento é todo de plástico, sem partes forradas E as rodas de 15″ usam calotas.
Vale a compra?
O Polo Track é basicão, mas está uns bons degraus acima do Gol em termos de projeto. O problema é o custo. Com tabela a partir de R$ 80.580, está longe de ser um popular. Só que o preço costuma ser decisivo na categoria que tem Kwid, Mobi, C3, Argo e HB20.
Prós e contras
Pró – Evoluiu
Polo Track dá salto evolutivo sobre o Gol e é mais prazeroso, seguro e preciso ao volante.
Contra – Conectividade
Ao descartar a oferta de multimídia, o Polo Track falha em um ponto crucial na compra.
Com informações de Agência Estado
