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domingo, 7 DE julho DE 2024

Vitória avança na elaboração de planos contra mudanças climáticas

Capital capixaba está entre as 15 das 27 capitais brasileiras que não têm planos de contingenciamento, revela IJSN

Por Kebim Tamanini

Um levantamento divulgado em maio deste ano pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) trouxe à tona uma preocupação: 15 das 27 capitais brasileiras, incluindo Vitória, não possuem um Plano de Mudanças Climáticas. Em resposta a essa realidade, Vitória deu um importante passo à frente na última semana, avançando na elaboração de seu próprio plano climático.

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Este plano será liderado pelo climatologista Carlos Nobre, com um investimento de mais de R$ 2 milhões. O objetivo é preparar a cidade para as novas condições climáticas já evidentes, garantindo sua resiliência e capacidade de adaptação.

“O nosso objetivo primordial é que o ecossistema natural seja mantido, preservado e valorizado, convivendo harmoniosamente com o ecossistema produtivo. É assim que vamos caminhar na cidade”, afirmou o prefeito Lorenzo Pazolini.

A elaboração do Plano de Mudanças Climáticas de Vitória está sendo financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O plano inclui várias frentes, como:

  • Plano de Adaptação a Eventos Climáticos Extremos;
  • Inventário de Gases de Efeito Estufa;
  • Estudo de Vulnerabilidades Climáticas;
  • Criação do Fórum de Mudanças Climáticas de Vitória.

“Fico muito animado com o que Vitória está fazendo. Nota-se que, nos objetivos deste estudo que iremos lançar em breve, a gestão já está adiantada em suas realizações, tornando Vitória mais resiliente e adaptada aos eventos extremos que têm se intensificado globalmente”, afirmou Carlos Nobre.

Capital capixaba está entre as 15 das 27 capitais brasileiras que não têm planos de contingenciamento, revela IJSN
Climatologista Carlos Nobre. Foto: PMV

Ele acrescentou que o plano em desenvolvimento oferecerá um guia abrangente para o município, ajudando Vitória a liderar outras cidades brasileiras na busca por políticas eficazes de adaptação climática.

O plano de Vitória será alinhado com os objetivos do Acordo de Paris e abordará diversos aspectos do meio ambiente e do desenvolvimento urbano. Entre as ações prioritárias estão:

  • Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa;
  • Aumento das Áreas Verdes;
  • Contenção de Encostas;
  • Construção de Obras de Macrodrenagem;
  • Medidas de Preservação Ambiental no Litoral;
  • Reconstituição da Restinga;
  • Criação de Sistemas de Monitoramento e Alerta para a Comunidade.

Urgência de agir

O diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, que liderou o levantamento sobre as capitais brasileiras com planos de contingência climática, enfatizou a necessidade de ação rápida. “Os eventos extremos que temos visto demonstram a necessidade urgente de os municípios brasileiros se prepararem adequadamente para enfrentar e prevenir catástrofes climáticas. O Plano de Mudanças Climáticas é uma ferramenta essencial para congregar estratégias de resposta, mitigação e adaptação”, destacou Lira.

A preocupação de Lira está alinhada com os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que identificou mais de 1.900 municípios brasileiros como áreas de risco para deslizamentos, inundações e enxurradas. Entre 2013 e 2022, desastres naturais como tempestades e inundações afetaram 5.199 municípios, representando 93% das cidades brasileiras, incluindo Vitória.

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