“Grande dia planejado sobre segurança nacional”, afirmou Trump em sua conta no Twitter. “Entre muitas outras coisas, nós vamos construir o muro!”
Uma das principais promessas de campanha do republicano Donald Trump foi confirmada na conta pessoal no Twitter do presidente eleito na manhã desta quarta-feira (25). A construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México faz parte do pacote de medidas de segurança interna que será anunciado pelo presidente ainda hoje.
As ordens executivas serão assinadas em cerimônia no Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês), cujo novo titular, o general reformado John Kelly, teve sua nomeação confirmada pelo Senado na última sexta-feira (20). Trump deve assinar diretrizes sobre imigração, segurança das fronteiras e refugiados, segundo veículos de comunicação americanos, incluindo suspender o programa de refugiados e proibir a entrada de imigrantes de alguns países. A emissora de TV “CNN” afirma que os países afetados pela proibição de entrada seriam Síria, Líbia, Somália, Irã, Iraque e Sudão.
As ordens executivas estão entre uma série de diretrizes de segurança nacional que Trump considera emitir nos próximos dias, segundo o jornal “The New York Times”, e incluem a utilização de técnicas de interrogatório “reforçadas”, a manutenção da prisão de Guantánamo (Obama prometeu fechar durante seu mandato, mas não cumpriu a promessa) e designar como organização criminosa a Irmandade Muçulmana, do Egito, que chegou a eleger um presidente egípcio, Mohamed Morsi, após a queda do ditador Osni Mubarak. Morsi assumiu o país em 2012, mas foi destituído pelo exército em 2013 e condenado à prisão perpétua mais de uma vez.
A ordem executiva para a construção do muro será assinada no dia em que o ministro das Relações Exteriores do México, Luis Videgaray, chega a Washington para preparar a visita do presidente do país, Enrique Peña Nieto. O mexicano deve se reunir com Trump no final do mês, sendo um dos primeiros líderes mundiais a se encontrar com o novo presidente americano.
Os jornais e redes de televisão americanos citam funcionários sob condição de anonimato, mas não há informações oficiais até o momento. O movimento representa o primeiro esforço de Trump para entregar uma das promessas que impulsionaram sua campanha presidencial, segundo o jornal “Washington Post”: a crença de que a imigração ilegal está fora de controle e ameaça a segurança do país.
O Muro
A fronteira entre EUA e México tem cerca de 3.000 quilômetros e já existe barreira em um terço de sua extensão. As demais áreas ficam em regiões desérticas ou montanhosas, de difícil acesso. E justamente por essas áreas que muitos dos 11 milhões de imigrantes (estimativa) que vivem irregularmente nos EUA ingressaram por terra e jamais entraram nos registros do governo.
A construção de um muro ao longo de toda a fronteira com o México e a deportação de todos os imigrantes que vivem de forma ilegal nos Estados Unidos foi uma das principais promessas de Trump durante a campanha. Além de garantir a construção do muro, Trump ainda prometeu que faria o México pagar a conta (o que autoridades de lá já afirmaram não aceitar).
Trump pretende ainda triplicar para 15 mil o número de agentes de deportação e prometeu suspender a entrada de muçulmanos no país. Embora a descriminação por religião seja proibida no país, a legislação permite ao presidente americano vetar a concessão de vistos a nacionalidades específicas.