Turismo é atividade econômica estruturante de territórios, regiões e até de países
Por José Antônio Bof Buffon
No Espírito Santo, o volume de negócios gerados pelo turismo encontra-se aquém do que a nossa “capacidade instalada” comporta, sem falar que temos um enorme potencial a ser desenvolvido e aproveitado no curto prazo de tempo. Em uma situação desejável, a participação do PIB-turismo capixaba no PIB-turismo Brasil deveria ser consideravelmente superior à nossa participação no PIB-Brasil.
No entanto, o turismo vai além de um setor econômico, gerados de riqueza, postos de trabalhos e tributos. Ele pode contribuir decisivamente para a conservações, recuperação e restauração de patrimônios naturais e culturais. Vale considerar que, atualmente, o turismo permite dar vida econômica a regiões até então “esquecidas”, distantes de eixos de dinamização econômica, que não se prestavam para a localização industrias e para a agricultura extensiva.
Mas o turismo, acima de tudo, é portador de uma dimensão transcendental, no que atua como um catalisador para a construção de culturas de convivência, hospitalidade e bem-viver coletivo. Mais do que números expressivos na economia, sua relevância se expande na capacidade de promover desenvolvimento territorial integrado, inclusão social e valorização cultural e ambiental. Ao mesmo tempo em que fortalece o tecido social e a autoestima comunitária, promove a boa convivência, a tolerância e a paz.
Uma política de turismo eficaz requer uma governança sofisticada, que supere a visão simplista da mera promoção de destinos. Requer a articulação precisa entre governos, empresas e comunidades, estabelecendo arenas de cooperação que harmonizem diferentes linguagens, culturas organizacionais e ritmos próprios.
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Chegou a hora do Espírito Santo - O Espírito Santo está deixando de ser o “patinho feio” do Sudeste e em breve se tornará o cisne que sempre foi - mas nem… O turismo não pode mais ser entendido apenas como uma atividade econômica complementar. É, sobretudo, uma estratégia transversal para gerar riqueza de forma equilibrada, inclusiva e sustentável. Cabe ao poder público, à iniciativa privada e à sociedade civil a missão compartilhada de desenvolver, promover e sustentar práticas que coloquem o turismo no centro das políticas públicas e das estratégias empresariais, contribuindo, assim, para o desenvolvimento integrado e duradouro das comunidades envolvidas.
José Antonio Bof Buffon é economista e secretário-executivo da Câmara Empresarial do Turismo da Fecomércio-ES
