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quinta-feira, 25 abril, 2024

Todo mundo está querendo viajar

Empresas do setor adotam cuidados rígidos para garantir saúde de passageiros e hóspedes

Já se passaram quase 10 meses desde que a pandemia tomou conta do mundo todo, paralisando a maior parte das atividades e colocando as pessoas no isolamento social. Diante dessa situação, o turismo foi um dos setores da economia mais impactados, e que ainda sente esse impacto tanto por ter sido o último a retornar com as atividades, quanto por todas as restrições impostas pela circulação do vírus. Mas, o último trimestre vem mudando esse cenário.

Nos cinco primeiros meses da pandemia, 40,6% das empresas brasileiras do setor de turismo tiveram de fechar as portas, segundo a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). No Espírito Santo, nos meses de março e abril, quase 50% dos meios de hospedagem encerraram as atividades.

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O turismo capixaba acumulou perdas de 1,39 bilhões até maio, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e no 2º trimestre de 2020, as atividades turísticas no Estado registraram variação negativa de – 54,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajustes sazonais.

Todo mundo está querendo viajar
Passeio | No que diz respeito às viagens, a maioria das pessoas preferem optar por locais próximos, como a Praia do Riacho Doce, em Conceição da Barra

Já o Brasil e o Sudeste, registraram decréscimo de -60,4% e -56,8%, respectivamente. Nesse período, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 12.399 postos de trabalho foram fechados no setor de Serviços, aqui no Estado.

Reviravolta

Mas, não se pode negar o início de uma reação importante no segundo semestre, que tomou força maior a partir do feriado da Independência, no dia 7 de setembro, que confirmou a retomada das viagens domésticas no país. Na data, o setor hoteleiro dos principais atrativos turísticos nacionais registrou taxas de até 100% de ocupação.

“A partir do final de julho, as coisas melhoraram muito, as pessoas começaram a subir pras montanhas. Em agosto, já tivemos a mesma movimentação desse período em 2019. E em setembro registramos a grande virada, com uma movimentação superior ao do ano passado”, relata Valdeir Nunes dos Santos, proprietário do Parque do China, em Domingos Martins.

Desde então, a procura não para de crescer. Nos meses de outubro e novembro, o China Parque registrou um aumento em torno de 15% em relação a igual período do ano passado. Na avaliação do empresário, a crescente demanda se justifica pelo fato de as pessoas se sentirem seguras.

“Estamos obedecendo todos os protocolos de segurança sanitária orientados pelo governo. E os hóspedes confirmam isso, logo na chegada aqui no hotel. Os funcionários usando máscaras, álcool gel em todos os locais, distanciamento em restaurantes e demais áreas comuns, todo o cuidado no preparo das refeições. Nos preocupamos tanto com os hóspedes quanto com a saúde de nossos colaboradores”, destaca Valdeir.

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Perdas | O turismo capixaba acumulou perdas de 1,39 bilhões até maio, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

E com a proximidade do réveillon e do verão, tradicionalmente um período de grande movimentação turística no Espírito Santo, os hotéis capixabas comemoram a demanda. “Atualmente, temos uma média de 50% de reservas efetuadas, e em anos anteriores já estaríamos com lista de espera para os meses de janeiro e fevereiro.

Mas percebemos muitas reservas sendo realizadas “em cima da hora”, e atribuímos essa nova prática à cautela que os viajantes estão tendo em buscar um destino que ofereça segurança em sua estadia. As reservas estão acontecendo e a hotelaria capixaba espera uma média de ocupação de 90% para os meses de janeiro e fevereiro”, explica o presidente do Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Estado do Espírito Santo (Sindihotéis), Attila Miranda Barbosa.

Segundo ele, com todas as restrições e resquícios provenientes da pandemia, o setor percebe que a movimentação segue conforme tendência já apontada, mas o turismo externo começa a reagir. “Os hóspedes que realizam viagens curtas têm sido o carro-chefe das ocupações nos meios de hospedagem capixabas, principalmente nos municípios do interior, e esse é um movimento que acontece em todo o Brasil. Mas, mesmo que numa proporção menor, quando comparada ao ano anterior, também já registramos a presença de turistas de outros estados”, garante Barbosa.

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Barbosa enfatiza que a hotelaria capixaba está muito bem preparada para receber seus hóspedes, cumprindo todos os protocolos de segurança e higienização orientados pela OMS, Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. “É muito importante destacarmos que o segmento hoteleiro sabe de sua importância na recuperação da economia e, mesmo sendo um dos segmentos mais afetados, temos a certeza que no momento mais crítico da pandemia, contribuímos com outros segmentos cujas atividades não puderam ser paralisadas pois trariam um impacto ainda mais negativo para toda sociedade”, finaliza o presidente do Sindihotéis.

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