28.8 C
Vitória
domingo, 28 abril, 2024

TCU pede explicações à PF sobre pregão para compra de até R$ 41 mi em coletes

A PF foi notificada na terça-feira e terá cinco dias para que a polícia preste informações à área técnica do TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu para a Polícia Federal dar explicações sobre o preço vencedor de um pregão, lançado no ano passado, no qual a instituição pretendia pagar até R$ 41,8 milhões para comprar 10.205 coletes à prova de bala de uso velado.

O processo que tramita na Corte de Contas questiona a formação do preço apresentado pela empresa vencedora, uma firma estrangeira que surgiu com proposta muito inferior às demais. A indústria estrangeira se diz prejudicada e vê irregularidade no contrato firmado.

- Continua após a publicidade -

A PF pretendia pagar até R$ 4.101,08 por colete. A francesa Protecop venceu pedindo R$ 1,5 mil. Contudo, este preço não incluía a incidência dos tributos gerados na importação dos materiais. Quando somados os custos extras, o valor cobrado pela empresa sobe a R$ 2.702,75, quase o dobro do preço apresentado na disputa do pregão.

As notas de empenho para a aquisição dos coletes, entretanto, estão sendo emitidas considerando o valor mais baixo, sem a incidência dos tributos. Apesar da reserva orçamentária para execução de parte do contrato, os valores ainda não foram desembolsados.

“Em juízo preliminar, entendo que as informações nos autos sobre o valor da contratação são conflitantes”, afirmou o ministro Benjamin Zymler, do TCU. “É necessário esclarecer a questão de qual valor está sendo efetivamente pago à empresa Protecop SAS ”

As empresas derrotadas alegam que a vencedora descumpriu o item do edital que exigia das concorrentes internacionais a apresentação do preço já “equalizado” e não o líquido. Ou seja, com os custos operacionais e previdenciários embutidos. Por isso, há pedido para suspensão do contrato e anulação do pregão, mesmo caso o preço real seja inferior aos outros que foram oferecidos no certame.

O ministro Benjamin Zymler afirmou, no despacho, que pretende primeiro esclarecer o valor que efetivamente será pago para a empresa antes de analisar o pedido das empresas que se dizem prejudicadas.

A representação foi apresentada ao TCU pela Glágio do Brasil Ltda. “Deve ser enaltecida a decisão do ministro Benjamim Zymler, uma vez que esta determinou a instrução completa do feito a partir dos indícios de irregularidades no edital e na condução da fase competitiva dessa licitação”, comentou o advogado Raphael Boechat.

A ação é apoiada por outras empresas nacionais. Em nota, o Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde) declarou que “esta licitação tem histórico de questionamentos pela indústria” e manifestou “crescente preocupação com as licitações internacionais e com necessidade de estabelecer um tratamento isonômico à indústria nacional”.

Procurada pela reportagem, a PF informou que “o caso será analisado”. A instituição foi notificada sobre a decisão na terça-feira, 24. A decisão dá cinco dias para que a polícia preste informações à área técnica do TCU. O representante da Protecop não retornou as tentativas de contato da reportagem.

Com informações de Agência Estado

Entre para nosso grupo do WhatsApp

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Matérias relacionadas

Continua após a publicidade

EDIÇÃO DIGITAL

Edição 220

RÁDIO ES BRASIL

Continua após publicidade

Vida Capixaba

- Continua após a publicidade -

Política e ECONOMIA