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sexta-feira, 29 março, 2024

Taxa Selic chega a 12,5% ao ano, maior patamar em 05 anos

Claudeci Neto, presidente do Corecon-ES, analisa as medidas do Banco Central e destaca a inflação e endividamento das famílias

Por Amanda Amaral

Dia de anúncios importantes para o mercado financeiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou aumento de 1 ponto percentual da Selic, elevando a taxa básica de juros a 12,75%. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, elevou os juros pela segunda fez consecutiva em 0,50 ponto percentual, o maior aumento desde de 2000. 

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Ambas as elevações divulgadas, nesta quarta-feira (05), eram previstas pelos especialistas do mercado fincaeiro. Inclusive, no Brasil, a elevação foi menor do que as últimas de 1.5 ponto percentual. Porém, este é o maior patamar da Selic em cinco anos, quando em fevereiro de 2017 ela atingiu 13% ao ano.

Projeções do Mercado Financeiro

A projeção é de que a taxa básica de juros encerre 2022 em 13,25%, segundo os especialistas do boletim Focus. Cabe ressaltar também, que há 16 semanas o mercado financeiro tem aumentado suas projeções para a inflação chegando a 7,5% no fechamento do ano. Atualmente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) está a 12,03% no acumulado.

Com o aumento da taxa de juros, espera-se inibir o consumo e reduzir a inflação. Mas para o presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), o mestre em Economia e doutor em Geografia, Claudeci Pereira Neto, os resultados da iniciativa não são suficientes.

Energia Elétrica e Combustíveis

“A inflação já está muito acima da margem projetada pelo Banco Central de 3,5% para o final do ano. Infelizmente, a instituição não está sendo feliz nesse controle, o que ser perigoso, porque sabemos os riscos de uma inflação alta, que desorganiza as expectativas dos empresários e o orçamento das famílias”, avaliou.

Para Claudeci Neto a energia elétrica e os combustíveis têm impulsionado a inflação. Ele lembrou destacou que a questão é mundial visto as medidas adotadas também pelos Estados Unidos.

“Não são problemas relacionados a demanda, mas de custos. Temos a questão da energia, estávamos até em bandeira verde por conta da crise hídrica e agora não, o que é um bom sinal. Outro fator são os combustíveis, que não param de subir. Eu abasteci a R$ 7,35 reais na terça-feira (03). Os preços estão relacionados ao conflito na Ucrânia, que não sabemos nem quando irá acabar”, explicou.

Endividados e Inadimplentes

Taxa Selic chega a 12,5% ao ano, maior patamar em 05 anos
Para o presidente do Corecon-ES, Claudeci Neto, a energia elétrica e os combustíveis têm impulsionado a inflação. Foto: Divulgação

Em abril deste ano, as parcelas de famílias endividadas (77,7%) com dívida em atraso ou não, e inadimplentes (28,6%) atingiram os maiores valores em 12 anos, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (Peic). Entre os endividados, 88,8% têm dívidas com o cartão.

Para Claudeci Neto, os números refletem a quantidade de pessoas que hoje fazem uso do sistema bancário, que entre fevereiro de 2020 e dezembro de 2021, cresceu em torno de 10,3%. Porém, outros indicadores demonstram preocupação, segundo ele.

“A inflação causa uma desestruturação econômica e corrói o poder de compra da população. Antes existia um orçamento para você dividir entre alimentação e contas a pagar, agora, você precisa escolher entre quitar a dívida e se alimentar. O desemprego está em alta com 11,1%, atingindo 11,9 milhões de pessoas. Além disso, a renda média do brasileiro caiu 8,7% em um ano, esse índice retrata bem o atual cenário de instabilidade”, analisou.

O presidente do Corecon-ES lembrou ainda que a taxa de trabalhadores informais atual é de 40,1% da população. Segundo ele, estes quase 38 milhões de pessoas quando não podem atuar, seja por doenças ou qualquer outro problema, não conseguem honrar seus compromissos já que não provém de nenhum tipo de segurança legal como FGTS, licenças, etc.

Com informações da Agência Brasil

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