Agência europeia do clima afirmou que 2023 teve as temperaturas mais altas nos últimos 100 mil anos.
Por Marco Antonio Antolini
O ano de 2023 foi o mais quente desde 1850, quando tiveram início as análises meteorológicas. A temperatura global média foi de 14,98°C. Os cientistas suspeitam que foram as temperaturas mais altas dos últimos 100 mil anos, portanto, o mais quente da história da humanidade. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (09/01) em um relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), a agência europeia do clima.
Outra informação que preocupa os cientistas é que, de acordo com os dados da Copernicus, 2024 poderá ser ainda mais quente do que o ano passado. Aqui no Espírito Santo, de olho nessa situação, a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) informou que decidiu, por enquanto, manter o “Estado de Alerta”, uma resolução que foi publicada no dia 8 de dezembro de 2023. A situação foi estabelecida em função da falta de chuvas e da queda na vazão dos rios.
O Estado de Alerta define uma série de medidas restritivas no consumo de água que deve ser adotada por empresas, órgãos públicos e outras instituições, com impactos no setor produtivo do Espírito Santo. Em relação ao setor industrial, por exemplo, a resolução da agência determina a adoção de medidas de reuso, reaproveitamento e reciclagem de água e suas unidades fabris, visando à redução do consumo.
Na agricultura estabelece que os produtores devem adotar o período noturno para a irrigação dos cultivos e ampliar o uso racional da água para a redução do consumo. Recomenda também que sejam suspensas as operações para a implantação de novos sistemas de irrigação ou para a ampliação de sistemas já existentes. Clique (Aqui) para ver a resolução completa.
Vazão
As últimas informações da Agerh, referentes ao início deste ano, apontam que no Rio Jucu, por exemplo, a vazão média mensal de longa duração que é de 38.953,74 litros por segundo está em 21.686,50 litros por segundo. Já no Rio Santa Maria, a situação é mais crítica, pois passou de 23.857,08 metros por segundo para 10.934,10, portando, menos da metade.
No Rio do Doce, a média mensal de longa duração que é de 1.808,8 (M³/S) está atualmente em 562,2 (M³/S), também menos da metade. O Rio São Mateus passou de 163,1 (M³/S) para 29,8 (M³/S); o Rio Guandu, de 43,4 (M³/S) para 15,8 (M³/S); Rio Benevente, de 12,6 (M³/S) para 7,1 (M³/S); e no Rio Itapemirim a vazão média mensal de longa duração passou de 150,6 (M³/S) para 133,4 (M³/S). Esses rios abastassem praticamente todas as cidades do Espírito Santo.
Chuvas
As chuvas no Espírito Santo, principalmente de dezembro, trouxeram um alento, mas a situação do clima preocupa. “A Agerh e as instituições integrantes do Sistema Alerta ES continuam acompanhando o quadro hidrológico estadual e a Agência poderá estabelecer novas medidas em consequência das chuvas que vêm ocorrendo nos últimos dias, principalmente na região Sul e Serrana do Espírito Santo”, esclareceu o órgão. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Agerh).