Comunidades pesqueiras do município do norte do Estado vão encaminhar resíduos do pescado para uma indústria de farinha, que reaproveitará o material, que antes era descartado.
Uma solução inteligente para aproveitar os resíduos sólidos do pescado começa a ser implantada em seis comunidades pesqueiras de Linhares. Uma indústria de farinha vai ser o destino das vísceras dos peixes, evitando o despejo em aterros sanitários ou rios. Equipamentos e veículos refrigerados serão destinados para a coleta e transporte das vísceras e os pescadores vão receber capacitação para manipular os resíduos. A previsão é que o sistema completo esteja implantado em três meses.
A iniciativa, inédita no Espírito Santo, é viabilizada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), em parceria com a Prefeitura Municipal de Linhares, Sebrae, associações de pescadores e aquicultores do município, Grupo Ala Pescados e Grupo Nutriave/Fapesa.
Segundo o gerente estadual de Aquicultura e Pesca, Alcestes Ramos Filho, a ideia não é somente separar os materiais, congela-los e dar destinação a indústria de farinha de peixe. “O sistema que estamos implantando em Linhares vai traçar o início da economia verde no município, por meio do beneficiamento dos resíduos e agregação da maioria dos materiais que tradicionalmente são destinados aos aterros sanitários, rios e no próprio terreno local. O projeto é inovador e pode ser modelo para o Estado e para o País”, declarou Alcestes.
A implantação do Projeto ‘Coleta Seletiva de Resíduos de Pescado’ vai atender comunidades tradicionais da pesca e aquicultura do município, como Regência, Povoação, Degredo, Pontal do Ipiranga, Barra Seca, Guaxe e também o Mercado Municipal.
Estes locais foram diagnosticados como importantes centros de produção e comercialização de pescado no município com potencial de geração de resíduos. Os pontos de coleta vão contar com equipamentos refrigerados e o transporte vai ser feito por um caminhão com sistema de refrigeração. O Sebrae vai capacitar os pescadores para realizarem a manipulação de resíduos do pescado de forma adequada.