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terça-feira, 30 abril, 2024

Recados da economia neste período de eleição

No cenário atual, não há mobilização para evitar que a economia brasileira fique a reboque da mundial devido ao seu atraso tecnológico

Por Arilda Teixeira

Estamos às vésperas da eleição majoritária – período polêmico que envolve disputas por poder, e também lavagem de roupa suja porque, neste Brasil liberal de agora, nem todos estão democratas.

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É um momento de sobreposição de propostas para o Governo dos próximos quatro anos, e o que mais tem, nesses períodos, são polêmicas trazidas pelas disputas que os aspirantes ao Legislativo travam para desfrutar do status quo do parlamento que será eleito em outubro de 2022.

Nesse contexto, aqueles que querem ter o direito à liberdade de dizer e fazer o que querem, precisam lembrar que, em uma República Democrática, os direitos de um cidadão terminam onde começam os dos outros. Portanto, respeito às instituições é parâmetro imprescindível para a formação de um parlamento que legislará o Projeto de País que os eleitores escolherem.

Situação que envolve direitos e deveres para toda a sociedade, inclusive para a economia – senhora temperamental, avessa ao risco, que quando ameaçada otimiza sua função utilidade – e transfere a fatura dos equívocos e/ou oportunismos dos amigos do poder, para os cidadãos-contribuintes.

Essa ameaça é iminente no cenário econômico brasileiro atual.

Há um extenso dever de casa para ser feito, mas pouca mobilidade para delineá-lo. São muitas as omissões!

Não se vê, nas falas dos aspirantes aos poderes Legislativo e Executivo, proposta para uma Agenda de reformas estruturais executáveis – o que se ouve são frases ambíguas, inconclusas, e invariavelmente inadequadas.

Não há mobilização para evitar que a economia brasileira fique a reboque da mundial devido ao seu atraso tecnológico. Continuamos sendo um país de baixo nível de desenvolvimento – e, atualmente, nem emergente, somos considerados como.

As estatísticas do segundo trimestre de 2022, do IBGE vieram no estilo morde e assopra, ao indicarem que 11,6% da população em idade para trabalhar é subutilizada – que significa não ter qualificação para ocupar as vagas de emprego oferecidas. E a população em idade para trabalhar corresponde a 81% da força de trabalho – mas a renda média está entre três e cinco salários-mínimos.

Em termos regionais:

  1. No Norte, a população subutilizada é 12,3% e aqueles que têm idade para trabalhar são 76,8% do mercado de trabalho;
  2. No Nordeste, essas estatísticas são, respectivamente, 20% e 79,6%;
  3. No Sul, 12,9% e 82%;
  4. No Sudeste, 19% e 82,6%. E, dentro do Sudeste, no Espírito Santo, são 0,05% e 65%.

Cabe destacar que o ES foi o estado com menor percentual de população subempregada da PNAD do segundo trimestre de 2022.

Essas estatísticas reiteram o que as evidências empíricas já indicaram diversas vezes. A economia brasileira tem potencial para crescer, mas não sabe aproveitar os recursos disponíveis para fazê-lo. Essa realidade está, na cultura da economia-política do País como a escrava da letra da música “(…) que você prega, esfrega, nega, mas não larga”.

As escolhas dos Poderes Executivo e Legislativos continuam viciadas no patrimonialismo; a plutocracia continua sem coragem para largar as tetas de Governo e passar a investir para difundir a estrutura produtiva privada da economia brasileira.

Arilda Teixeira é economista e professora da Fucape Business School.

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