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domingo, 28 abril, 2024

“Realmente fazer sorrir é uma missão”, diz Rossini Macedo

Neste domingo, 6 de novembro, foi comemorado o Dia Nacional do Riso. E para celebrar a data o humorista Rossini Macedo falou sobre a missão de fazer rir

Por Patrícia Battestin

Os benefícios de sorrir são muitos. Segundo especialistas relaxa o corpo inteiro, diminui a intensidade da tristeza, ajuda a manter a elasticidade da pele, alivia a tensão dos músculos e pode tirar alguém da depressão. Sorrir é tão importante que 6 de novembro ganhou o status de Dia Nacional do Riso.

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Para celebrar a data conversamos com o humorista Rossini Macedo, criador do personagem Tonho dos Couros. Rossini adotou o Espírito Santo como lar, mas nasceu em Picuí na Paraíba, em 27 de março de 1966. 

Rossini começou a carrerira de humorista aos 30 anos. Antes disso produzia bolsas, carteiras e cintos de couro. Mas, abandonou tudo para fazer as pessoas rirem e criou seu personagem mais famoso “Tonho dos Couros”, um típico matuto nordestino.

Em 2004, venceu o “Primeiro Concurso Nacional de Piadas” do programa Show do Tom, apresentado pelo humorista Tom Cavalcante, na TV Record. Em 2005 recebeu o troféu Show do Tom como melhor humorista do ano.Também fez parte do elenco da Escolinha do Guguna TV Record.

Tonho Meio Rossin
Rossini Macedo é o criador do Tonho dos Couros. Imagem: divulgação.

Desde 2009 ministra palestras motivacionais, experiência o levou a publicar o livro “O Sorriso é a Fonte da Vitória”. Veja a entrevista com o humorista.

Como surgiu um dos personagens mais queridos do Brasil,  o Tonho dos Couros?

O Tonho dos Couros é um personagem que eu criei, sem querer, ainda na infância. Eu admirava um poeta da minha cidade, chamado Antônio Henriques Neto. E esse poeta fazia todo mundo sorrir, mas eu não olhava para ele com olhar de felicidade. Até que um dia minha vida mudou, meu pai separou da minha mãe, eu tive vários problemas familiares de ordem de violência doméstica, essas coisas. E quando meu pai separou da minha mãe eu comecei a ver aquele velho poeta com olhar de felicidade. Ele tinha um apelido de Tonho dos Couros e não gostava. Eu comecei a sacanear ele. E li um livro dele várias vezes, mais de 20 vezes, decorei mas cinco poesias de cordel. E ali, já tinha surgido um personagem, porque eu me apaixonei pela poesia do cordel, pelo humor e fazendo fui fazendo isso durante toda minha adolescência e até os 30 anos quando eu resolvi levar a carreira de humor a sério. Então eu dei o nome do meu primeiro personagem, o mais famoso, Tonho dos Couros para homenagear o senhor Antônio, que virou meu maior fã, morreu em 2017 com 94 anos e me ajudou muito na minha carreira.

Como foi chegar no Espírito Santo e se tornar um empreendedor?

Eu cheguei no Espírito Santo em 1999 e não foi fácil assim não, como muita gente pensa. Fazer uma coisa que ninguém nunca tinha feito no Espírito Santo. Encarar a plateia do Espírito Santo, onde não existia show de humor, existia peça de teatro com humor, comédia, mas não existia show de humor. E show de humor em bar, então eu transformei Vitória na segunda capital a ter show de humor em bar no Brasil, só existia em Fortaleza show de humor semanal em bar. E fiz isso durante 13 anos, quando o bar ainda era meu, eu era sócio da minha ex mulher e a gente estava juntos e trabalhamos durante 13 anos. E foi muito legal. É muito legal até hoje, eu continuo morando no Espírito Santo até hoje, mesmo depois que o Mister Picuí fechou. Em 2012 eu estava na mídia nacional ,a escolinha, mas preferi não morar em São Paulo, preferi continuar morando aqui, pela qualidade de vida, pelo acolhimento do povo capixaba, que me recebeu como um capixaba. Então sou muito feliz em morar aqui em continuar morando aqui,  e criar meus filhos aqui e vou criar meus netos aqui também.

Como é ter a missão de fazer alguém sorrir?

Realmente fazer sorrir é uma missão. Eu entendo isso como uma missão na minha vida. Até porque eu resolvi abandonar tudo o que eu tinha na época para fazer humor. Lá na Paraíba eu tinha uma empresa com 60 funcionários. Fabricava cinto, bolsa e carteira de couro e resolvi deixar tudo aquilo de lado para encarar o humor, para ser humorista profissional e encarar a minha missão de fazer as pessoas darem risadas. E hoje a missão de fazer as pessoas serem mais felizes. Eu acho que essa é a palavra, até porque minha palestra, as palestras que eu faço para empresas elas têm esse título incluído, de “Seja feliz logo”,  para as pessoas não deixarem para serem felizes amanhã. Então é uma missão muito nobre e como dizia Chico Anísio, nós humoristas somos médicos do espírito. Essa era uma frase do Chico Anísio que eu acho sensacional. 

Na sua opinião a polarização política no Brasil afeta a qualidade de vida e forma irreverente de ver a vida?

Essa polarização política no Brasil, essa disputa política no Brasil realmente tirou o humor das pessoas. As pessoas preferem brigar pelo seu candidato, pelo seu partido, pelo seu lado, e direita e esquerda, e aquela confusão toda do que dar risada. E preferem criar brigas, criar confusões através de fake news e um monte de coisas e tudo o que vem é ruim, elas alimentam aquela coisa ruim. Como eu sempre digo nós brasileiros temos a mania de chorar da mesma notícia ruim ou de brigar com a mesma notícia ruim por várias  vezes, e a gente não ri da mesma piada duas vezes. Então nós humoristas temos uma missão muito grande que é mesmo no meio dessa turbulência fazer as pessoas darem risadas. E não é fácil, ate porque eu sempre contei piada de político e nos últimos quatro anos eu diminui. Contei com muito cuidado para não ferir as pessoas que gostam do atual presidente, porque não dava para contar piada dele. Dos presidentes anteriores, eu contei de todos. Inclusive vou voltar a contar do presidente que se elegeu (risos). 

Tonho dos Couros
Tonho dos Couros participou da Escolinha do Gugu. Imagem: divulgação.

Fale um pouco sobre os momentos marcantes da sua vida profissional.

Eu tive vários momentos da minha vida profissional, da minha carreira. Cada momento, cada show, cada palestra, cada programa de TV, cada vídeo na internet que bomba, todos esses momentos são marcantes. Uma pessoa que me encontra na rua e me dá um abraço e diz que eu tirei ela da depressão, ou manda mensagem na minha rede social dizendo que uma piada minha ou uma poesia de cordel minha fez ela dar uma risada e elevou a autoestima dela e tirou ela da depressão. Então essas coisas são marcantes. Mas o momento mais marcante profissionalmente falando foi quando eu fui contratado pela Rede Record, pelo Gugu Liberato para trabalhar na Escolinha do Gugu. Além do Show do Tom, quando eu fui campeão do 1º Festival de Piadas em 2004, em 2011 eu fui contratado pela Record. Então para mim foi o momento mais marcante da minha carreira, porque eu tive a oportunidade de trabalhar com os meus ídolos, as pessoas que eu admirava e ser humorista também fazendo parte daquele elenco maravilhoso. E a gente durante três anos foram muitos momentos bons e maravilhosos que eu agradecia a Deus toda semana por poder estar ali com eles. E do lado do Gugu também, que era uma pessoa que para mim, foi maravilhoso, me ajudou muito na minha carreira, me deu muita oportunidade e eu só tenho a agradecer a Deus por isso

Momentos difíceis que viveu…

Bom nada para mim nunca foi fácil. Vivi muitos momentos difíceis até chegar onde eu cheguei. Eu já tive uma Hepatite C, onde eu fiz um tratamento de um ano e foi um momento muito difícil porque foi no auge da minha carreira quando eu estava em todos programas nacionais, viajando o Brasil inteiro. E eu fazia esse tratamento, que era uma quimioterapia praticamente, foi um ano, 48 semanas, eu perdi 12 quilos, caiu todo meu cabelo e mesmo assim eu não deixei de fazer meu trabalho e Deus me dava muita força para eu continuar fazendo o que eu gosto e amo fazer. Então foi um momento muito difícil. Mas a Covid superou, porque a Covid eu vi a morte de perto, quando eu vi que não conseguia respirar. Eu fiquei na UTI cinco dias, para mim ali foi o momento mais difícil da minha vida e uma experiência que eu não queria que ninguém passasse. Mas mudou a minha vida de verdade, eu passei a ser uma pessoa que dá mais valor a viver a vida, a ser mais feliz, a ser feliz hoje, não deixar para ser feliz amanhã e por isso logo depois que eu sai eu criei a palestra “Seja feliz logo” para as pessoas pensarem que elas não podem deixar para serem felizes amanhã. Elas precisam ser felizes hoje, agora e ser feliz significa sorrir.

Qual o recado que o Tonho dos Couros daria para o capixaba?

O povo capixaba além se ser o povo mais solidário que eu já conheci no Brasil, que seja um povo mais acolhedor, mais empático, que é uma coisa que faz parte da cultura do Espírito Santo, o capixaba não ser uma pessoa que gosta de chamar a pessoa para perto, que seja meio cismado  assim de inicialmente não deixar as pessoas entrarem, isso é da cultura capixaba. Mas eu acho que isso aos poucos está sendo mudado, que o capixaba ele me deu muitos amigos aqui no Espírito Santo, amigos maravilhosos, pessoas que eu amo demais, e fãs e pessoas que curtem meu trabalho. E inclusive quero deixar aqui uma poesia de cordel que eu fiz, em homenagem ao povo capixaba, que eu conto nos meus shows e as pessoas dão muita risada. Um grande abraço, um beijo a todo o povo capixaba que eu amo demais!!

Edu Capixaba

Edu Capixaba não ir no show de quem tá estourando,
Edu Capixaba só assistir o show de quem tá pocando!
Pois pocar é um verbo Capixaba
Que só no Espírito Santo se vive falando!

Edu Capixaba não sentir
Medo, ansiedade ou insatisfação,
Edu Capixaba sentir
É Gastura no coração,
Pois o Capixaba não derrama cerveja
Entorna, Principalmente no verão,

Edu Capixaba falar
Chapoca, palha, bicho, iá,
Raça porca, tatuíra, da seta,
Discujuro, É ruim heim, deixa eu falar,
Edu Capixaba Chupar mexerica, da tilt, ir pru rock,
A maioria são beleza pura, mas tem uns que costumam catá,

As mulheres Capixabas
Encantam só no olhar
São as mais belas do Brasil
E ainda tem uma coisa muito particular
Um cheiro especial de moqueca
Naquele lugar.

Edu Capixaba ter um Rei
E dele ainda reclamar
Que Roberto Carlos
Da sua terra não costuma falar,
Edu Capixaba
Não saber o seu Rei homenagear
Em vez disso, abriram foi uma Casa das primas
E com o nome da mãe dele resolveram batizar,
Layd Laura, fica em Vila Velha
O fã que quiser pode ir lá visitar!

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